Por Andrea Neves
(Belém)
Foto: Kleyton Silva |
Trabalhadores terceirizados da operadora Oi |
As pautas gerais unificavam os trabalhadores. Nos quatro
pontos de concentração do ato (Prefeitura Municipal de Belém, São Brás, CAN e
sede do Sindicato da Construção Civil de Belém), professores e técnicos da UFPA,
bancários, servidores públicos, policiais, operários, urbanitários e diversas
outras categorias exigiam a redução do preço e melhora na qualidade dos
transportes coletivos; mais investimentos na saúde e educação pública; fim do
fator previdenciário e aumento das aposentadorias; redução
da jornada de trabalho; fim dos leilões das reservas de petróleo; contra o PL 4330,
da terceirização e reforma agrária. Em síntese, a insatisfação
com os investimentos nos serviços públicos tomava conta do protesto.
Além do
descaso com os serviços públicos, o representante da CSP-Conlutas e militante
do PSTU, Abel Ribeiro, acredita que categorias estratégicas do país estão
paralisadas hoje, pois o modelo aplicado pelos
governos em nível municipal, estadual e nacional não serve aos trabalhadores e
à juventude: “Nós queremos construir o
movimento de luta nas ruas, nos bairros, pois só assim podemos ganhar. Mas
também queremos construir outro tipo de sociedade, porque no capitalismo, os
patrões dão com uma mão e tomam com a outra.”, disse.
PSDB: governo dos empresários, contra os trabalhadores
Além
da pauta nacional, revindicações locais foram abordadas. A não privatização da
Santa Casa de Misericórdia, redução da tarifa de ônibus, construção de creches
públicas foram exigidas. Em frente à prefeitura, uma comissão foi formada,
entre estudantes e trabalhadores, e entrou para exigir uma resposta do prefeito
Zenaldo Coutinho (PSDB). “O que vimos foi
a mesma enrolação de sempre”, disse Airton Moraes, militante da juventude
do PSTU. Segundo ele, o prefeito afirmou
que só o congelamento da tarifa de ônibus já causa um prejuízo muito alto para
os empresários e que a redução da tarifa é inviável. Zenaldo ainda se
comprometeu a realizar uma audiência pública para provar à população que as
contas da prefeitura não são suficientes para arcar com a redução. “Quem tem prejuízo é a população e não os
empresários. Eles lucram rios de dinheiro todos os dias enquanto nós sofremos
com as passagens caras e os ônibus sucateados”, disse Airton.
Já em
frente ao Centro Integrado de Governo (CIG), quando todos os atos tinham
unificado, outra comissão foi formada. Desta vez, a carta de reivindicações
deveria ser entregue ao governador do estado, Simão Jatene, também do PSDB.
Como o governador não estava no local, a comissão foi recebida pelo Secretário
especial de estado de proteção e desenvolvimento social, Sérgio Leão. De forma
vaga, o secretário se comprometeu a analisar as reivindicações em 15 dias e dar
uma resposta ao documento.
Para o
vereador Cleber Rabelo (PSTU), a resposta negativa de Zenaldo e a ausência de
Jatene mostram que o PSDB não governa para os trabalhadores. O vereador também lembrou
da recente votação do Plano Plurianual na Câmara Municipal de Belém. “Os vereadores da base aliada do governo
votaram contra a população: contra o investimento de 25% do orçamento municipal
para a saúde e 20% para a educação. Além disso, não se manifestaram sobre o
passe-livre.”, recorda.
Rabelo
também parabenizou a Dia Nacional de Lutas protagonizado pelos trabalhadores em
todo o país e reforçou o apoio do PSTU à luta da classe trabalhadora por mais
conquistas. “O PSTU apoia e se soma as
mobilizações porque acreditamos que só por meio da luta podemos avançar em
nossas conquistas. Estamos lado a lado dos trabalhadores contra a política do
PSDB, mas também contra a política econômica do governo Dilma (PT) que mantém o
pagamento da dívida pública com o único propósito: beneficiar os banqueiros
internacionais e nacionais (...). O dia 11 de julho foi uma importante prova de
que os trabalhadores podem se organizar para lutar e vencer!”.