Os bancários da maioria das
cidades brasileiras deverão entrar em greve a partir da próxima quinta-feira
(19). Em Belém, em assembleia realizada no dia 12/09 os trabalhadores também
decidiram aderir ao movimento nacional. A categoria pede reajuste salarial de
11,93%, piso salarial de R$ 2.860,21, melhoria nas condições de trabalho,
auxílio educação e alimentação, entre outros. Por outro lado, a Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste de apenas 6,1%. O
ajuste não repõe nem a inflação, acumulada em 6,6%.
É inadmissível que, em um dos setores mais lucrativos da economia, que bate recordes
ano após ano, os trabalhadores recebam uma proposta tão rebaixada, que não leva
em consideração o crescimento dos lucros dos bancos e o alto grau de exploração
dos trabalhadores. A intenção dos banqueiros é
clara: garantir seus lucros negando melhores salários e condições de trabalho
dignas aos funcionários.
Prova
disto é que, logo no primeiro semestre deste ano, o lucro recorde do Banco do
Brasil foi estampado em várias manchetes. Segundo levantamento feito pela
consultoria Economatica, o lucro do BB foi de R$ 10 bi, o maior da história dos
bancos brasileiros. Já o lucro do Itaú Unibanco foi de R$ 7,2 bi e o do Bradesco, R$ 5,86 bi.
Em
contrapartida, os trabalhadores são expostos a péssimas condições de trabalho.
Os salários são cada vez menores, enquanto o ritmo de trabalho só aumenta. Além
disso, a insegurança bancária é alarmante. Segundo o Sindicato dos Bancários do
Pará, 31 casos de violência contra bancos foram registrados de janeiro a
setembro deste ano. Desses, 23 foram assaltos consumados e 8 tentativas. A
insegurança bancária é reflexo da falta de segurança pública no estado, que
coloca trabalhadores em risco em seus locais de trabalho diariamente.
As
mobilizações de junho, que demonstraram a indignação de milhares de jovens em
relação aos baixos investimentos nas áreas sociais, como saúde, educação e
transportes devem ser tomadas como exemplo para os bancários do estado. Os dias 11 de julho e 30 de agosto, que
refletiram a luta dos trabalhadores contra as políticas do governo Dilma (PT),
também. É impossível conquistar melhores condições de trabalho e salário, se o
governo seguir entregando bilhões aos banqueiros internacionais com o pagamento
das dívidas interna e externa. É impossível garantir estabilidade no emprego e
o fim das terceirizações se não lutarmos pela estatização do sistema
financeiro.
Por
tudo isso, declaramos total apoio à campanha salarial bancária. E, desde já, chamamos
os demais trabalhadores a participar da assembleia organizativa convocada pelo
Sindicato para quarta-feira (18), às 19h. É tarefa de cada trabalhador e
trabalhadora participar e organizar essa forte luta!
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