sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cartaz da juventude do PSTU




15 de outubro
Assim como os jovens da Europa e do Egito, chegou a vez da juventude brasileira lutar pelos seus direitos junto com os trabalhadores.
Pelos 10% do PIB para a educação!
Contra a corrupção!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cleber participa de ato público em frente ao Banco da Amazônia

Na segunda-feira (03/10), um ato público foi realizado pelos trabalhadores do Banco da Amazônia, em Belém. Os funcionários reivindicavam as pautas específicas dos empregados do Basa, como: Novo PCS já e Isonomia de Piso Salarial com os demais bancos públicos federais (R$ 1.600,00).


Força para os trabalhadores do Basa!



Trabalhadores dos Correios aprovam continuidade da greve, apesar da orientação da maioria do comando da FENTECT


Trabalhadores rejeitam proposta acordada entre empresa, governo e direções governistas e continuam a greve

Jornais, TV, rádio, internet. Na terça-feira à noite todos os meios de comunicação da burguesia anunciavam o fim da greve dos Correios como fato consumado. O secretário geral da FENTECT e membros da maioria do Comando de Negociações da FENTECT (CUT/PT e CTB/PCdoB) haviam fechado acordo com a direção da empresa em audiência de conciliação realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho. Era um claro golpe para dar fim a greve.

A proposta da ministra do TST, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, em nada melhorava o que já tinha sido negociado: reajuste salarial de 6.87 %, reajuste linear de RS 80,00 para outubro, devolução dos 6 dias descontados da greve, com desconto a partir de janeiro/2012, parcelado em 12 vezes. Os demais dias seriam compensados com trabalho nos finais de semana (sábados e domingos). Economicamente é pior que a anterior, pois além de manter o desconto dos 6 dias quer a compensação dos demais dias nos finais de semana. Os trabalhadores já estão em greve há 22 dias.

A greve continua – Apesar dessa traição das direções governistas, conforme vão acontecendo as assembléias, a ampla maioria dos trabalhadores está rejeitando o acordo e votando pela continuidade da greve. Já foi assim no Distrito Federal, em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Acre e Paraíba.

De acordo com Geraldo Rodrigues, o Geraldinho, da FNTC (Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios) nem a mídia, nem o acordo entre empresa e maiotria do comando intimidou os trabalhadores, que votaram pela greve por unanimidade. “Em São Paulo, os dirigentes atrasaram a assembléia em mais de 1 hora e quando chegaram, os trabalhadores gritavam que a greve continua; frente a força da assembléia, os dirigentes do sindicato de São Paulo tiveram de indicar a continuidade da paralisação diferente da orientação do comando”, salientou o Geraldinho.

Se a maioria da direção achou que seria fácil acabar com a greve, se enganou. Dois membros da FENTECT ontem mesmo divulgaram uma carta de repúdio ao acordo e defenderam a continuidade da greve.

Um deles José Gonçalves de Almeida (Jacó), que classificou a proposta de indecente, acredita que a maioria das assembléias rejeitará essa proposta. “Isto demonstra o tamanho da insatisfação dos trabalhadores, que estão continuando a greve passando por cima da orientação da maioria da direção”, ressalta.

Para Jacó, o grande desafio deste momento é enfrentar a política do governo Dilma, que pretende derrotar essa greve, assim com a de bancários de bancos públicos, e implantar uma política de arrocho. “A empresa está seguindo a orientação do governo, diante disso, temos fortalecer a greve nacionalmente, mesmo contra a maioria da direção, até que governo e empresa apresentem uma proposta que atenda às reivindicações dos trabalhadores.

A categoria está reivindicando reposição da inflação de 7,16%; reposição das perdas salariais de 24,76%, de 1994 à 2010; piso salarial de R$ 1.635,00; aumento linear de R$ 200; vale alimentação/refeição de R$ 28; vale-cesta de R$ 200; vale extra em dezembro/2011 no valor de R$ 750, entre outras propostas, e o não desconto dos dias parados.

A CSP-Conlutas apóia e está ao lado dos trabalhadores dos Correios nesta luta!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vídeo sobre a greve da construção civil de Belém

NOTA DO PSTU BELÉM

Governo do Estado do Pará é responsável por estupro em jovem de 14 anos

Mais uma vez vem à tona para a sociedade paraense um novo caso de estupro a uma adolescente com a conivência do poder estatal. Desta vez, uma jovem de 14 anos foi mantida por quatro dias em poder de detentos da Colônia Penal Agrícola em Americano, região metropolitana de Belém. Durante este período, foi estuprada por cinco homens e obrigada a consumir drogas e bebidas alcoólicas. Junto com ela, mais duas meninas também sofreram as mesmas agressões. 

Infelizmente, este não é um caso raro. Tais fatos são rotina dentro da Colônia Agrícola e aconteciam com o conhecimento de agentes carcerários e do superintendente do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), Major Francisco Mota Bernardes. Documentos e relatórios da unidade já haviam sido enviados à Susipe e ao Governo do Estado informando a presença de adolescentes na colônia. Mesmo assim nada foi feito. Somente depois do escândalo na mídia, o Governador Simão Jatene exonerou 20 funcionários, incluindo o superintendente. Quantas outras jovens não foram estupradas e agredidas na colônia antes deste caso? Que atitudes foram tomadas para evitar que se chegasse a este escândalo?

Descaso com as mulheres nos governos do PT e PSDB
Este caso nos remete a um outro acontecimento anterior envolvendo estupros e o sistema penitenciário do Estado do Pará. Ainda no governo do PT de Ana Júlia Carepa, uma jovem do município de Abaetetuba foi mantida presa em uma mesma sela com homens, sofrendo violência sexual. 
Desde lá já podemos notar o completo descaso do governo do Estado, seja em um mandato do PT ou do PSDB, com relação ao combate à violência contra a mulher. O Pará é um dos campeões brasileiros em prostituição infantil. A violência sexual contra crianças e adolescentes só faz crescer. Em 2008, mais de 100 casos foram denunciados aos Centros de Referência Especializada em Assistência Social (Creas), fora os casos não notificados. Nos últimos anos vários vereadores, deputados e homens do poder público foram denunciados por envolvimento com prostituição infantil sem serem penalizados por isso.

Não podemos seguir achando natural a rota internacional de tráfico de mulheres que atravessa nosso Estado. Nem podemos seguir acreditando nas promessas dos governos que só tomam atitudes paliativas frente a escândalos como este. A exoneração de funcionários, como fez Jatene repetindo a atitude de Ana Júlia, não diminui as estatísticas e o sofrimento das mulheres vítimas de violência. Só servem para dar uma resposta imediata à imprensa e à opinião pública, mas não combatem a raiz dos problemas.

PSTU defende medidas reais de combate à violência sexual e à prostituição infantil. Acreditamos, em primeiro lugar, que não há como sanar estes problemas sem diminuir a grande desigualdade social em nosso Estado. As meninas muitas vezes são levadas à prostituição porque não tem outra forma de conseguir sua sobrevivência e de sua família. O desemprego e a falta de assistência social do Estado são os grandes responsáveis por isso. 

PSTU defende o aumento da verba do governo do Estado direcionada às políticas específicas para as mulheres, construção de casas-abrigos e garantia de assistência às mulheres vítimas de violência! Que todos os envolvidos em casos de violência sexual e prostituição infantil sejam punidos! Que o Estado seja responsabilizado pelo caso da jovem estuprada na Colônia Agrícola!

Cleber Rabelo
Presidente Estadual do PSTU

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Declaração da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI): Mubarak caiu! Grande Triunfo da Revolução no Egito!

Contra a transição impulsionada pela burguesia e o imperialismo, continuar as mobilizações! 

A gloriosa revolução egípcia deu um exemplo histórico a todos os povos do mundo e um novo e decisivo passo na expansão da revolução árabe. Hosni Mubarak, o ditador odiado e o mais importante agente do imperialismo e de Israel na região foi obrigado a sair pela ação determinada das massas durante 18 dias consecutivos. A derrubada desse ditador é, por isso, um enorme triunfo das massas egípcias e árabes.


Comemoração nas ruas do Cairo após a queda de Mubarak

A revolução colocou o regime contra a parede
O centro desse gigantesco processo esteve na Praça Tahrir (ou Libertação) no centro da capital, Cairo, que se converteu no centro dos protestos que percorreram todo o país. Milhões de egípcios exigiram “Fora Mubarak” e o regime. A ocupação da praça se tornou a expressão do poder do povo mobilizado, , em oposição ao regime e a suas instituições que não conseguiam mais governar. O governo mandava acabar com a ocupação da praça e ninguém obedecia; decretou toque de recolher, mas as massas não lhe davam ouvidos. O processo galvanizou o país inteiro, e pudemos ver as massivas manifestações nas grandes cidades como Alexandria, Suez, Port Said e se estendendo a todos os cantos do país.

Com o país paralisado, o governo orquestrou uma tentativa contra-revolucionária de ataque violento contra os manifestantes, com o objetivo de derrotá-los e esvaziar a Praça Tahrir. Apesar da passividade do Exército e da covardia de um ataque de bandos armados contra manifestantes desarmados, os ocupantes da Praça Tahrir não se deixaram intimidar e expulsaram corajosamente os bandos do regime, compostas por policiais e mercenários.

Ao mesmo tempo em que perpetrava este ataque contra o movimento revolucionário, o governo chamou ao diálogo as forças de oposição toleradas e com a participação dos seguidores de El Baradei e da Irmandade Muçulmana. Apesar de estas forças não terem chegado a acordo com o regime, a sua participação significou de fato a legitimação de uma tentativa de transição negociada. Como resultado foram apenas anunciadas "reformas constitucionais" até as eleições de setembro e promessas de "concessões" vazias. As massas não acreditaram nessas manobras e continuaram exigindo a imediata saída de Mubarak, mantendo a ocupação da Praça no Cairo e principais cidades do país.

Já nos últimos dias a classe operária e os trabalhadores começaram a intervir de forma decisiva com sua mais poderosa arma: a greve. Expressão disso foi a entrada em cena dos trabalhadores do canal de Suez, dos trabalhadores da saúde e dos transportes no Cairo, bem como dos trabalhadores das telecomunicações. Até mesmo os trabalhadores de órgãos de imprensa como o Al Ahram resolveram parar contra o regime. Esta onda de greves que juntava reivindicações por melhores condições de vida, com a exigência de saída de Mubarak, foi paralisando a economia egípcia de forma cada vez mais comprometedora para os interesses da burguesia nacional e internacional. Os trabalhadores demonstravam assim, que enquanto Mubarak estivesse no poder eles iriam até o limite para conseguir o que queriam.

Frente a tudo isto, o Exército foi incapaz de reprimir diretamente as mobilizações e se manteve assistindo as marchas massivas e a ocupação da Praça. O contato constante dos soldados e baixa oficialidade com os manifestantes aprofundaram os elementos de crise no Exército, o que foi tornando cada vez mais perigosa uma possível ordem da cúpula de repressão em massa, que poderia ter como resultado imediato a divisão do Exército frente à força revolucionaria do povo egípcio.


Ativista egípcio carrega bandeira manchada de sangue

Mubarak é obrigado a renunciar
Frente à insustentável manutenção de Mubarak, o imperialismo começou a procurar articular uma "transição segura", que garantisse um "governo leal", cuja tarefa fosse "estabilizar" o país, mantendo as instituições centrais do regime, com algumas concessões democráticas. O imperialismo apostou na cúpula do Exército para levar a cabo essa tarefa, tendo em conta a sua ligação orgânica ao imperialismo, a sua importância como pilar fundamental do regime e força repressiva, e também pelo certo prestígio que ainda mantinha entre as massas.

Após vários anúncios que apontavam no sentido da renúncia na noite de 10 de fevereiro, Mubarak fraudou a expectativa da nação com um discurso que, em que em vez de anunciar seu retiro, anunciava a sua manutenção no poder com a transmissão de alguns poderes para Suleiman.

A reação furiosa da população na Praça Tahrir no Cairo e em todo o país apontava a uma radicalização dos protestos que se esperavam ainda maiores para o dia 11. Na mesma noite, os manifestantes cercaram espaços centrais como o palácio presidencial e estação estatal de TV, que estavam protegidos pelo Exército. Esta situação se foi tornando cada vez mais alarmante, particularmente para a cúpula das Forças Armadas, pois colocava a possibilidade real de enfrentamentos dos manifestantes com os organismos de segurança. Tendo em conta os importantes elementos de crise no Exército, não havia qualquer garantia que uma tentativa de tomada destes edifícios pela população pudesse ser freada pelos soldados.

Com a ampliação massiva dos protestos e a perda definitiva do controle por parte do regime, Suleiman foi obrigado a vir à televisão para anunciar telegraficamente a renúncia de Mubarak e a entrega da condução do país ao Comando Central do Exercito. A saída de Mubarak foi uma conquista enorme, imposta pelas mobilizações das massas e por isso sentida com enorme alegria e emoção.

O centro do acordo é a estabilização burguesa através do Exército
Compartilhamos a enorme e justa alegria que perpassa as massas egípcias e de todo o mundo por haver se livrado de um ditador assassino e corrupto. Mas queremos fazer um alerta: o Comando do Exército egípcio que assumiu o poder, aparecendo como uma suposta mudança frente à liderança de Mubarak, sempre foi a espinha dorsal da ditadura egípcia.

Na verdade, o alto comando do Exército é proprietário de várias empresas em diferentes setores da economia (controlando cerca de 30 a 40% da economia do país), tendo-se enriquecido à sombra da ditadura, à custa da fome e miséria do povo.

Além disso, o Exercito é o pilar central do regime de Mubarak e cumpre um papel fundamental como aliado estratégico dos EUA e Israel na região, que se expressa diretamente na ajuda militar de cerca de 2 bilhões de dólares anuais dos EUA a esta instituição.

Pôde se ver esse papel das Forças Armadas quando deram cobertura às hordas pró-Mubarak, ao permitir que entrassem na praça para espancar manifestantes nos dias 2 e 3 de Fevereiro. Com a crise provocada pelo curso da revolução, a cúpula militar tenta agora assumir diretamente o processo, livrando-se da figura incômoda de Mubarak para manter seus privilégios e nenhuma mudança significativa no país. A maior expressão disso é a indicação de Mohamed Hussein Tantawi, Ministro da Defesa dos últimos 20 anos de Mubarak, para encabeçar o novo governo até as próximas eleições.

A política que o imperialismo em conjunto com o Exército quer impor àqueles que se mobilizaram durante 18 dias para tirar Mubarak e acabar com a ditadura é a aceitação uma abertura democrática controlada, em que os principais pilares do regime repressivo se mantêm, e que se garante o cumprimento dos acordos políticos, econômicos e militares com o imperialismo e particularmente com Israel.

Nesse processo de abertura controlada, os setores da oposição burguesa preparam-se para cumprir um papel fundamental. Nesse sentido, o setor encabeçado por El Baradei e a Irmandade Muçulmana já deram declarações favoráveis para compor com os militares um governo de unidade nacional que permita uma transição negociada até as próximas eleições e aceitam que se mantenham os acordos com o imperialismo e Israel.


Manifestante sobe em tanque de guerra durante protesto

Só a mobilização independente das massas pode levar adiante a revolução egípcia!
A grande vitória alcançada pela revolução egípcia com a derrubada de Mubarak é apenas o começo e não o fim da luta contra opressão do povo daquele país.

O imperialismo e a burguesia egípcia estão tentando impedir que o povo alcance uma vitória maior do que aquela que já conseguiu, evitando que a ruptura com o anterior regime se estenda. A maior expressão disso é que a proposta de novo governo é encabeçado por um homem estreitamente ligado a Mubarak e de plena confiança do imperialismo americano. A cúpula do exército, comprometida em todos esses anos de ditadura, não vai querer que se punam os crimes, que se julguem e prendam os repressores e torturadores, nem que se firam os interesses econômicos dos grupos que floresceram à sombra de Mubarak. Não vai querer a liberdade para que se possam denunciar os crimes da ditadura nem para que os trabalhadores tenham liberdade sindical e direito de greve que ameaçariam os lucros fabulosos desses grupos aos que a eles são vinculados. Um governo integrado pelos homens de Mubarak é um obstáculo à revolução!

A ditadura matou e torturou milhares de opositores. Durante os 18 dias de mobilizações, 300 manifestantes perderam a vida. Para romper de vez com a era Mubarak é preciso, por isso, dissolver os aparatos repressivos que mantiveram pelo terror 30 anos de ditadura e punir os responsáveis pelas prisões, torturas e mortes daqueles que lutaram pelos seus direitos. Pela dissolução de todos os aparelhos repressivos! Punição a todos os responsáveis pelas torturas e mortes.

É necessário também continuar a mobilização para garantir imediatamente a libertação de todos os presos políticos e totais liberdades de associação sindical, de organização partidária e imprensa.

Sabemos que há uma divisão de classe nas fileiras do Exército. A confraternização e a incapacidade dos soldados e oficialidade média para reprimir as mobilizações são expressão disso. É necessário que os soldados e a oficialidade média tenham as mais amplas liberdades democráticas para se organizarem de forma independente das suas cúpulas, e se juntar às reivindicações e anseios da classe trabalhadora egípcias que não são os do imperialismo nem os dos generais de Mubarak.

Pela dissolução imediata do Parlamento fraudulento! Para acabar com o regime de Mubarak, não basta fazer reformas parciais na Constituição, como estão propondo o novo governo e a oposição burguesa! Pela convocatória de uma Assembleia Constituinte soberana com plenos poderes, sem ninguém que tenha sido parte dos organismos do regime de Mubak! Assembleia constituinte para romper os acordos com o imperialismo, para expropriar os bens de Mubarak e do conjunto do antigo regime, e construir um Egito socialista ao serviço dos trabalhadores e do povo!

A opressão do povo egípcio não se resume à ditadura e está ancorada na exploração e desemprego que condenam à fome e à miséria a maioria da população. A revolução não coloca em causa somente o atual regime, mas afeta diretamente o imperialismo dominante, sendo objetivamente uma revolução operária e socialista.

Para uma ruptura de fundo com o antigo regime é, por isso, fundamental romper os pactos militares e políticos com o imperialismo e Israel. Fora o imperialismo do Egito! Pela imediata e plena abertura da fronteira com a Faixa de Gaza!

Por um aumento imediato e geral dos salários que corresponda ao custo da cesta básica! Por um plano econômico de emergência e a redução imediata da jornada de trabalho sem redução de salário de forma a garantir trabalho para todos! Pela expropriação das grandes empresas nacionais e multinacionais e do sistema financeiro!


A única forma de garantir os anseios da juventude é a continuidade da revolução

A condição indispensável para cumprir os anseios das massas de construir um novo Egito, é que as mobilizações independentes continuem. Foram as mobilizações das massas e não o Exército que derrubaram Mubarak. Chamamos por isso as massas egípcias a não depositarem o destino da sua revolução nas mãos do Exército e a confiarem nas suas próprias forças.

A juventude, que cumpriu um papel extraordinário na vanguarda dessa mobilização e mostrou um heroísmo ao permanecer na praça todos esses dias apesar da repressão, deve continuar organizada e exigir as conquistas! A classe trabalhadora, além de estar no centro do combate contra Mubarak, já mostrou que pode parar o país.

A partir da vitória dos que ocuparam e mantiveram a Praça Tahir, está colocada a necessidade de continuar e impulsionar a mobilização e organização independente dos trabalhadores e jovens, de chamar um encontro urgente dos trabalhadores e do povo que discuta um programa o serviço das massas, oposto ao da cúpula militar e ao da oposição burguesa, e tome o poder em suas mãos para levá-lo a cabo.

É preciso desenvolver a revolução árabe!
Depois da Tunísia, a revolução árabe teve um grande triunfo com a derrubada de Mubarak. Vamos estendê-la a toda a região! Pela derrubada das demais ditaduras e monarquias reacionárias do mundo árabe e do Oriente Médio!

Mubarak foi um esteio da ordem imposta pelo imperialismo na região, cujo centro é o Estado de Israel. A revolução árabe não será triunfante enquanto o Povo Palestino estiver sob o tacão de Israel. Todo apoio ao Povo Palestino! Pela destruição do Estado de Israel!

Esse processo revolucionário tem também como desafio enfrentar os regimes ditatoriais teocráticos, como o Irã, que reprimiu durante as mobilizações contra a fraude ano retrasado e que mantém a exploração do seu povo, apesar do choque eventuais com o imperialismo.

A revolução árabe coloca na ordem do dia recuperar a unidade da nação árabe na perspectiva de construir uma grande Federação das Repúblicas Socialistas Árabes!

São Paulo, 11 de Fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DIRETO DO CAIRO! Veja declaração dos manifestantes no Egito


MANIFESTO DA PRAÇA TAHRIR
Por que continuamos aqui. Porque não fomos para casa.

1 – A Constituição ainda não foi revisada.
2 – O Parlamento ainda não foi dissolvido.
3 – Os saqueadores, agentes e bandidos que assassinaram nossos irmãos na Praça Tahrir e em outras cidades não foram julgados. Permanecem impunes.
4 – Ainda há muita corrupção e existem muitas autoridades corruptas
5 – O governo ainda é o mesmo. E no governo ainda estão muitos corruptos, como os ministros das Comunicações, TV e Rádio; do Trabalho e Imigração; do Petróleo e o ministro da Relações Externas.
6 – Ainda existem presos políticos nas cadeias.
7 – A Lei de Emergência e o toque de recolher ainda estão em vigor.
8 – Ainda não temos liberdade para criar partidos políticos. E a direção corrupta dos partidos atuais permanece intacta.
9 – Ainda não temos o salário mínimo no país.

Sabemos que nos foi prometido que todas as reivindicações seriam atendidas, e que levariam algum tempo para isso. Mas quem nos vai garantir isso?
A única garantia é ficar aqui e nos mantermos firmes até termos nossas reivindicações atendidas e cumpridas.
Temos de fazer isso. Porque aquele que faz uma revolução pela metade está cavando a sua própria cova.
O regime não aceita ouvir, entender ou negociar.
O regime está brincando conosco.
As nossas exigências estão claras agora.

Terça-feira, 8 de fevereiro de 2011.


Manifesto do movimento de resistência na Praça Tahrir, distribuído amplamente. Traduzido ainda na praça, e transmitida por telefone para o Brasil, por Luiz Gustavo Porfirio, enviado do jornal Opinião Socialista. Seus informes estão reunidos no blog http://umbrasileironoegito.wordpress.com

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nota de Solidariedade da ADUFPA e ANDES


O setor da construção civil no Brasil é um dos mais dinâmicos da economia, tradicionalmente empregando muita mão-de-obra. Não é à toa que o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará é um dos mais atuantes do Brasil na defesa de sua categoria.
Agora, diante de mais uma tragédia do setor em Belém, que abalou toda a cidade, com vítimas fatais e com enorme número de prejudicados na vizinhança, o ANDES- Sindicato Nacional, por meio de sua Secretaria Regional Norte 2 e a ADUFPA – Associação dos Docentes da UFPA, vem a público prestar solidariedade a todos os envolvidos direta e indiretamente na tragédia, que volta a se repetir em Belém.
O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, parceiro do ANDES na CONLUTAS, tem sido incansável na sua luta pela proteção aos operários nas obras e não se cansa de denunciar o descaso das construtoras com a segurança de seus operários. A imposição de ritmo de trabalho frenético exige horas-extras, especialmente aos sábados, que nem sempre são pagas.
O setor da construção civil foi um dos que mais lucraram no último ano, mas ainda assim traz condições irregulares na construção de suas obras.
Motivadas apenas pelo lucro, estas grandes construtoras não dão a importância devida para a segurança dos trabalhadores e da população. Quando as tragédias ocorrem, pode-se afirmar que não é por falta de alerta e de denúncias do Sindicato.
Reiteramos nosso apoio ao trabalho dos companheiros e nossos pêsames a todos os que sofreram com a tragédia de Belém. Solidarizamo-nos com suas dores e com a exigência de que sejam apuradas as irregularidades e reparados os danos responsabilizando os culpados.
       Andes - Secretaria Regional Norte 2  e ADUFPA-SSind

Fotos do "Dia de luto, dia de luta"

Concentração em frente ao STICMB

Deuza, coordenadora geral do STICMB




Momento de luto


ROTAN tentando intimidar manifestantes


Atenágoras reivindicando reunião com Sindicato patronal

Em frente ao Sindicato patronal

Tragédia em Belém tem culpado e deve ser punido!


No começo de 2011 os trabalhadores foram surpreendidos pelo reajuste absurdo para deputados e senadores, em Belém os empresários já colocaram sua proposta de aumentar a passagem de ônibus para R$ 2, 15, enchentes no Rio, São Paulo e Minas, e agora, sofremos com a notícia do desabamento de um prédio vitimando operários e moradores vizinhos.
O PSTU se solidariza com a família das vítimas operárias e de moradores da tragédia que aconteceu em Belém e se dispõem a organizar ombro a ombro a luta pela punição dos culpados.
Na crise econômica de 2008, o governo usou mais de 300 bilhões de reais para salvar as empresas, mas o governo não faz investimentos para ampliar a fiscalização contra acidentes de trabalho que está num ritmo cada vez mais acelerado e super explorado, pelo contrário, Dilma anunciou um corte em verbas sociais de 25 bilhões de reais, e podem chegar a 45 bilhões de reais a menos para saúde, educação, saneamento, etc.
Vivemos numa sociedade dominada pela ganância de lucro dos patrões, a burguesia controla os governos e os órgãos de fiscalização. O PSTU defende um governo verdadeiramente dos trabalhadores, onde as empresas e engenheiros culpados por acidentes como este tenham seus bens confiscados para indenizar as vítimas e onde as organizações dos trabalhadores possam ter autonomia para embargar obras irregulares e impedir que assassinos sigam soltos assinando projetos sem segurança.
O PSTU está na luta contra o aumento dos deputados e defende no mínimo dobrar o salário mínimo, porque isso é parte importante para evitar jornadas de trabalho aos sábados e domingos e reduziria acidentes de trabalho.



  1. 1.   QUE UMA COMISSÃO DE OPERÁRIOS E O SINDICATO POSSAM TER O PODER DE FISCALIZAR E EMBARGAR AS OBRAS IRREGULARES!
  2. 2.   CONFISCO DOS BENS DOS CULPADOS PELA TRAGÉDIA PARA INDENIZAR AS VÍTIMAS
  3. 3.   CONTRA O AUMENTO E O RITMO ACELERADO DA JORNADA DE TRABALHO!
  4. 4.   DOBRAR O SALÁRIO MÍNIMO JÁ!
  5. 5.   CONTRA O AUMENTO DOS DEPUTADOS E SENADORES!

PSTU Belém

N

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Hoje PSTU na TV!

O programa de TV do PSTU vai denunciar os verdadeiros culpados pela tragédia das chuvas e exigir medidas imediatas para resolver o problema dos atingidos. Vai propor que o salário mínimo dobre, com o mesmo reajuste que os deputados deram à presidente Dilma.

Twitaço
Logo após o programa, às 20h35 (horário de Brasília), o PSTU vai começar um twitaço contra o aumento dos deputados. Demonstre a sua revolta contra este reajuste imoral também na internet.

Participe com a tag #naoaoaumentodosdeputados. Aqui em Belém, o twitaço começa às 19h35.


PSTU na TV
20 de janeiro
20h30 (20h no rádio)
No intervalo do Jornal Nacional

19h35
Twitaço: #naoaoaumentodosdeputados

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cleber participa de Estágio de vivência em assentamento rural


Cleber Rabelo falou em nome da CSP-CONLUTAS Pará em mesa do Estágio de vivências realizado no assentamento Benedito Alves Bandeira (BAB), no Acará.


Cerca de 29 estudantes do IFPA Castanhal, UFRA de Capitão Poço e UFRA de Paragominas estão há oito dias no assentamento BAB, participando de projeto piloto de um estágio de vivência. O estágio foi organizado por professores do IFPA Castanhal e engenheiros agrônomos que participam dos movimentos sociais em parceria com a Associação do assentamento, filiada à CSP CONLUTAS.

Os estudantes ficam na casa dos agricultores convivendo com sua realidade e seu trabalho. Hoje, no oitavo dia do estágio, foi organizado um debate sobre os movimentos sociais, no qual foram convidados Cleber Rabelo da CSP CONLUTAS, Jaciara do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Concórdia do Pará, Renata Mendes da ANEL e a Associação do BAB, representada pelos companheiros Tonhão e Louro.

No debate, Cleber ressaltou a importância da organização dos trabalhadores e estudantes para as lutas do campo e da cidade. "O governo Dilma já mostrou a que veio quando promete vetar o aumento do salário mínimo mesmo que este seja aprovado no Congresso. Para os parlamentares se aumenta 10 mil no salário, para os trabalhadores o aumento é de 30 reais. Por isso, é importante fortalecer as lutas através de nossa organização. A CSP CONLUTAS e a ANEL são exemplos disso."


"Para o agronegócio, foram destinados mais de 100 milhões no ano passado, para a agricultura familiar o governo federal concedeu apenas 16 milhões. Isso mostra o que é prioridade para o governo. Quem quer plantar dendê para exportação tem financiamento. Quem quer plantar arroz e feijão para sobreviver, é ameaçado de morte, assim como nossos companheiros aqui do assentamento", disse Cleber.


Todos os companheiros e companheiras presentes no debate destacaram a importância da organização deste estágio e que os estudantes ali presentes devem aproveitar esta experiência para se dedicar à agricultura familiar, utilizando a técnica aprendida na universidade ou escola para fortalecer a luta dos agricultores.

Após o debate, todos participaram de almoço na casa dos agricultores e organizariam posteriormente a socialização do estágio, expondo seus pontos de vista, aprendizados e conclusões.Os estudantes finalizam amanhã seu estágio de vivências. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Enchentes: Chuvas, desabrigados e mortes: luta e solidariedade de classe



Do site da CSP CONLUTAS

Diante da proporção que o estrago das chuvas vem provocando em nosso país, não é mais possível aceitar o desgastado argumento dos governantes, de que a responsabilidade é da natureza ou da população que habita “áreas impróprias”.
Cidades inteiras alagadas, mais de 500 mortes e milhares de famílias desabrigadas são a expressão mais trágica de políticas de governo que negam direitos básicos à classe trabalhadora: moradia, saneamento e falta de condições dignas de vida, entre elas, a garantia de prevenção a desastres naturais.
Segundo dados da ONG Contas Abertas, em 2010, o gasto com a reconstrução de áreas atingidas por catástrofes foi 14 vezes maior que o destinado à prevenção. E, em 2011, o valor será ainda menor, R$ 137 milhões, ou seja, 23% a menos do que em 2010. Só para se ter ideia do quanto isso é pouco, estima-se que para reconstruir os locais devastados do Rio de Janeiro serão necessários cerca de R$ 590 milhões.
Diante da tragédia, que frente aos fatos vividos em 2010 poderiam ser minimamente previstos, a presidente Dilma corre atrás do prejuízo, informando que editará medida provisória liberando R$ 700 milhões para ajudar as vítimas. Mas deixa claro que, imediatamente, serão apenas R$ 40 milhões. O restante vai ter de esperar os trâmites burocráticos e pode demorar até três meses para chegar ao seu destino.
Vale lembrar que é muito difícil controlar se de fato, o dinheiro chega à população, pois o controle não é feito pelos trabalhadores, se dá pelo próprio governo. Até hoje, após um ano, Angra dos Reis-RJ ainda não foi reconstruída.
No congresso, desde 2009, há cerca de 30 projetos para votação que potencialmente poderiam prevenir acidentes naturais, mas não saíram do papel. Realidade bastante distinta da situação dos parlamentares e membros do poder executivo que tiveram seus salários reajustados em cerca de 60% a 130%, em uma sessão que durou poucos segundos.
Seguramente, os parlamentares e as autoridades do poder executivo não necessitam viver em áreas de risco, não foram atingidos pelas chuvas e, muito menos perderam suas casas. Ganham salário muito superiores àquelas pessoas que terão de reconstruir suas vidas com um salário mínimo de R$ 540,00 - valor que, caso seja aumentado pelo congresso, poderá ser vetado pela presidente.
As tragédias assustam e impactam a população. Mas a vergonhosa maneira como o povo é tratado pelos governantes e suas ações revoltam. Há 16 anos, o PSDB governa São Paulo. Há mais quatro de anos o PMDB governa o Rio de Janeiro. Há mais de oito anos o PT governa o Brasil. Todos esses partidos tiveram tempo suficiente para conhecer, planejar e executar quaisquer obras que pudessem prevenir ou garantir estrutura para o povo.
Mas não fizeram. E não farão. Não governam para a classe trabalhadora, por isso, não investem em saneamento, não constróem moradias, não estão interessados em garantir condições de vida para a população. Governam para manter seus interesses e de seus aliados. Empenham-se em obras de grande repercussão eleitoral: Copa, Olimpíadas e a ocupação militar de favelas. E, aliás, para executá-las, não se intimidam em despejar, derrubar casas e reprimir os trabalhadores.
A luta pelo fim das mortes por ocasião das chuvas é também uma luta de nossa classe. É uma tarefa que se insurge contra os governos, mas também contra o sistema capitalista.
Exigimos a liberação imediata dos recursos para atender as vítimas; Elaboração de um plano de desapropriação compulsória de grandes áreas mantidas pela especulação imobiliária para execução de projetos de moradia popular, em parceria com entidades populares (gestão direta); política permanente de prevenção e assistência as populações em áreas de risco, com garantia de auxílio aluguel no valor adequado e moradia definitiva, na mesma região da moradia anterior; Indenização imediata das famílias atingidas pelas enchentes com perdas de vida e materiais; fim dos despejos e remoções em função da especulação imobiliária ou empreendimentos privados; criação de uma comissão de prevenção e acompanhamento de situações de risco de despejos, envolvendo secretaria de justiça, CDHU e Ouvidoria da PM.
E, junto com a luta política, nesse momento, quando milhares de trabalhadores são vítimas do descaso dos governos, se faz necessária a solidariedade de classe. Por isso, chamamos as entidades da classe trabalhadora a organizarem campanhas de solidariedade. Assim como nos mobilizamos para ajudar os haitianos trabalhadores, também vamos nos mobilizar pelos brasileiros vitimados pelas enchentes.
São Paulo dará o pontapé, no dia 18, próxima terça-feira, organizando uma reunião de várias entidades de trabalhadores para organizar a campanha. Convidamos a todos a se somarem, fazendo o mesmo em seus estados e regiões.

Ana Pagamunici, membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas 


sábado, 15 de janeiro de 2011

De quem é a culpa pela tragédia?

Zé Maria
Presidente Nacional do PSTU e ex-candidato a presidência da república


Uma tragédia anunciada. Essa é a constatação que a maioria faz das tragédias causadas pelas chuvas em São Paulo, Minas Gerais e, especialmente, no Rio de Janeiro. As incontáveis mortes (quase 400 mortes no momento em que escrevo esse artigo) na região Serrana do Rio comovem o país, mas também provocam dor e revolta contra os governantes que nada fizeram para evitá-la. 

Mais uma vez, a tragédia se abate sobre a população pobre e trabalhadora. Só na favela Campo Grande, em Teresópolis, relatou um morador ao jornal “O Estado de S. Paulo”, centenas de moradores morreram soterrados. A favela fica em frente a uma das mansões da família Marinho, donos da Rede Globo. A mansão ficou intacta. 

Ano após ano essas tragédias se repetem nessa época do ano. Em todas elas, o número de vítimas é cada vez maior. Como sempre, os governantes tentam jogar a culpa no excesso de chuvas e na natureza, ou ainda, responsabilizam as pessoas por “insistirem em morar em áreas de risco”. No entanto, a responsabilidade dos trabalhadores de viver nessas áreas é dos governantes, que não oferecem alternativas seguras de habitação. Os baixos salários, o desemprego e a pobreza, aliados a especulação imobiliária, obrigam a população pobre ocupar os terrenos mais baratos, como as encostas e vales de rio. 

Cortes de verbas criminosos 
Apesar de o fenômeno ser recorrente em todo o início do ano e dos alertas de meteorologistas, o Orçamento Geral da União de 2010 reservou apenas R$ 442,5 milhões para o Programa "Prevenção e Preparação para Desastres". Um valor totalmente insuficiente para a adoção de medidas de prevenção necessárias, como a contenção de encostas, desassoreamento e canalização de rios e córregos, entre outras obras de escoamento das chuvas. Para piorar, o governo liberou apenas 40% do que tinha no orçamento para prevenção. (R$ 168 milhões). O estado do Rio recebeu apenas 0,6% da verba do programa. Ou seja, os cortes de verbas impediram que muitas das obras preventivas de desastres pudessem sair do papel. 

O criminoso descaso com a população fica ainda mais escancarado, quando se vê que o governo resolveu cortar ainda mais os gastos do programa. Em relação ao ano passado, houve redução de 18% das verbas para prevenção de desastres, que agora somam R$ 137,5 milhões.

Mas essa política criminosa não é uma exclusividade do governo do PT. No Rio
de Janeiro, depois da catástrofe do Morro do Bumba no ano passado, o
governo do PMDB nada fez para prevenir a enchente desse ano, que já é o
maior desastre natural da história do país.

Mas essa política criminosa não é uma exclusividade do governo do PT. Em São Paulo, que também sofre com as enchentes, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) deixou de investir na capital R$ 353 milhões nas obras de combate às inundações entre 2006 a 2009. O prefeito investiu apenas 68% da verba prevista no orçamento para a de canalização de córregos, serviços de drenagem e a construção de piscinões. Nos últimos quatro anos, o governo do estado controlado pelo PSDB deixou de investir no planejamento e em obras da drenagem urbana das cidades. Segundo dados da Assembleia Legislativa, desde 2007 nenhum centavo foi gasto na execução de novos estudos para prevenir enchentes na grande São Paulo. Por outro lado, os gastos com a dívida nunca atrasam. De janeiro a outubro, o governo tucano gastou R$ 7,8 bilhões com a dívida interna.

Por que isso sempre acontece? 
Os governos não querem evitar as tragédias que se repetem ano após ano, pois isso significaria encarar de frente os gravíssimos problemas de infra-estrutura que afligem a população mais pobre. Precisaria, por exemplo, aumentar as verbas para programas de prevenção de desastres, melhorar as condições de vida dos trabalhadores, enfrentar a especulação imobiliária e construir moradias populares de qualidade. 

Os governos preferem condenar a população mais pobre a sua própria sorte, pois sabem que esse tipo de tragédia dificilmente atinge os ricos. Dessa forma, os recursos para impedir as tragédias desaparecem pelo respeito ao pagamento dos juros da sacrossanta dívida pública. O corte das verbas para o programa de prevenção obedece a essa lógica. 

Essa política se repete também com o salário mínimo. Enquanto os governantes aumentam os salários dos parlamentares em 62% e da presidente Dilma em 132%, dizem que o salário mínimo não pode ter um aumento maior do que 30 reais. Como exigir que os trabalhadores saiam das áreas de risco enquanto ganham um salário mínimo que sempre termina antes do fim do mês? 

Os governos do PT, PMDB, PSDB e DEM se igualam em irresponsabilidade social, e implementam a mesma política criminosa que condena a morte centenas de trabalhadores. Enquanto os governantes passam férias no exterior e presenciam com seus helicópteros particulares as regiões devastadas, os trabalhadores sofrem com o descaso e chora seus mortos.

O PSTU denuncia a hipocrisia dos governantes e chama os sindicatos e organizações populares dos trabalhadores a organizarem iniciativas de exigência aos governantes e solidariedade aos trabalhadores atingidos pelas enchentes. 

TV PSTU - Zé Maria e o governo Dilma

O que nos espera o governo Dilma?


Formação do novo governo e declarações de ministros apontam o pior: ajuste fiscal seguido de reformas contras os trabalhadores


Diego Cruz,
da redação do Opinião Socialista




Imagine a seguinte cena: um candidato qualquer à presidência da República em seu programa eleitoral na TV. Começa o discurso lamentando as condições externas não serem tão favoráveis quanto foram nos anos anteriores. Adverte para o perigo da inflação, que já ultrapassa as metas do governo e do rombo nas contas da Previdência. Promete então um rígido corte nos gastos públicos, um reajuste irrisório para o salário mínimo e, de quebra, uma redução no valor pago pelos empresários ao INSS dos empregados. Por fim recomenda “mão pesada” nas contas do governo.

Claro que nenhum candidato diria uma coisa dessas. Mas foi justamente o que o governo vem anunciando nos últimos dias, há apenas poucas semanas após as eleições, quando sua candidata Dilma Roussef prometia o céu na Terra. Fechadas as urnas e contabilizados os votos, o governo pôde tirar a máscara e expor claramente sua política econômica para o próximo período. E ela será exatamente o que anunciou à imprensa o ministro da Fazenda Guido Mantega, que deve permanecer no cargo no próximo mandato, “mão pesada” nos gastos públicos, leia-se, no Orçamento incluindo áreas como Saúde, Educação e Previdência pública.

Durante o auge da crise econômica mundial, no final de 2008, e seus reflexos quase imediatos no Brasil, o governo Lula pôs em prática uma política de subsídios, financiamentos públicos às empresas e isenções fiscais. Poderia ter decretado a proibição das demissões, estatizando as que insistissem em despedir, e reduzido a jornada de trabalho como forma de abrir novos postos. Mas, ao invés de ter uma política voltada aos trabalhadores, preferiu garantir os lucros dos banqueiros e empresários, à custa do dinheiro público. Agora, com a fatura sendo expedida, a depender do futuro governo serão novamente os trabalhadores que pagarão a conta de uma crise que se avizinha.

Crise na Europa
Se tem algo que o governo está certo, é quando diz que a conjuntura internacional não será tão favorável nos próximos anos. Se o governo Lula pôde surfar a onda do crescimento econômico mundial, que aumentou a demanda por commodities (matérias-primas básicas) e possibilitou acumular superávits (ou “lucros” com o mercado externo), agora a situação é outra. Nos EUA, que foi o trem que puxou o resto da economia mundial, a crise está longe de terminar e faz uma legião de 15 milhões de desempregados em todo o país.

Mas é na Europa que a crise se mostra cada vez mais dramática. A série de estímulos fiscais e ajuda aos banqueiros e empresários cobram agora seu preço revelando os enormes rombos nos orçamentos públicos. A bola da vez deste final de ano é a Irlanda, que gastou o equivalente a 32% de seu PIB para salvar os bancos. A Grécia, por sua vez, reaparece com um rombo insanável. Em praticamente todos os países, os governos impõem brutais cortes fiscais, atingindo a Educação e praticamente todas as áreas sociais. Na Inglaterra, os resquícios do Estado de Bem-Estar Social estão sendo desmantelados, terminando o trabalho iniciada por Tatcher há 30 anos.

Mas o que isso tem a ver com o Brasil? No âmbito de um mercado globalizado e, pior, com uma economia dominada pelas multinacionais e o capital internacional, como a nossa, é inevitável que essa crise aporte por aqui. Só para se ter uma ideia, a Europa compra 21% das commodities que o Brasil exporta. Cerca de 10% da capital bancário no país é espanhol, e os bancos da Espanha estão ligados aos países quebrados. E tudo isso representa: além da redução nas exportações, mais repasses de lucros das filiais bancárias para a matriz, como ocorre no Santander.

Concluindo o panorama sombrio para o próximo ano, o próprio governo prevê um rombo de 50 bilhões de dólares com o mercado externo em 2011. Ou seja, o país vai ficar 50 bi mais pobre no próximo ano.

O time do ajuste fiscal
Além da conjuntura externa, a formação da equipe econômica do governo Dilma já adianta o que virá a seguir. O segundo posto mais importante da República, a Casa Civil, só abaixo do presidente, estará a cargo de Antônio Palocci Filho. O petista é considerado o homem dos banqueiros do partido. Para quem não se lembra, foi Palocci quem, logo no início do governo Lula em 2003, mais bancou a política de ajuste fiscal e juros altos. 

Pouco antes de ser cassado por corrupção e quando ainda era ministro, Palocci tentava emplacar a ideia do chamado “déficit nominal zero”. Um duro ajuste fiscal para reduzir os gastos públicos, a fim de que, mesmo com o pagamento de R$ 185 bilhões de juros da dívida por ano, o governo não tenha déficit, ou seja, prejuízo. Hoje, o governo só tem superávit se não é considerada essa conta dos juros, caso contrário o déficit chega a 2% ou 3%.

Para completar o time do ajuste fiscal estão Miriam Belchior no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central, dois nomes desconhecidos pela população, mas que já estão no governo hoje. Ou seja, comprometidos com a manutenção da atual política econômica.

Preparar a resistência
Para o início do governo Dilma, o ministro Guido Mantega já anunciou um corte de R$ 20 bilhões logo de cara. Já se fala, porém, em cortes da ordem de R$ 45 bilhões dos gastos públicos correntes, ou seja, em gastos com salários e manutenção de serviços públicos. 

Além disso, em meio à campanha eleitoral, o jornal carioca O Globo divulgou que a atual equipe econômica já estaria formulando uma nova reforma da Previdência para o próximo mandato. À época, Dilma negou a informação, mas nos últimos dias o atual ministro do Planejamento e futuro dono das Comunicações, Paulo Bernardo, vem insistindo na necessidade da reforma.“Fatalmente vamos ter de discutir regras novas. Um bom ponto de partida seria tentar uma reforma que signifique uma mudança importante para quem vai entrar no mercado”, afirmou à revista Brasil Atual, ligada à CUT.

A reforma da Previdência do setor público em 2003 levada a cabo por Lula logo no início de mandato pegou muitos de surpresa. Para a grande maioria da população, o novo governo gerava tremendas expectativas. Grande parte da esquerda, por sua vez, não acreditava que o governo Lula começaria com um ataque tão grande. Desta vez, porém, não faltam avisos.

Cabe aos trabalhadores e suas organizações prepararem desde já a resistência a esses ataques, a exemplo da reunião que ocorreu em 25 de novembro em Brasília com a presença da CSP-Conlutas e dezenas de entidades sindicais e de movimentos populares, que aprovou a formação de um espaço para a organização de jornadas de lutas já para o primeiro semestre de 2011. Uma nova reunião acontece em 27 de janeiro, também em Brasília. 

Voltando às atividades!

Olá a todos que acompanham o blog

Neste início de ano retornaremos com as postagens, divulgando as notícias mais importantes sobre política, economia, sociedade, etc, com as opiniões de Cleber Rabelo sobre o assunto.

Um novo ano se inicia e as lutas não podem parar.
Continuamos na batalha em defesa dos trabalhadores, dos jovens, dos movimentos sociais e de todos aqueles explorados e oprimidos pela sociedade.

Muita força a todos!