A palestra “A Primavera Árabe e a Revolução na
Síria” organizada pela CSP-Conlutas
foi ministrada pela ativista síria Sara Al-Suri, hoje
exilada no Líbano, e iniciou com um pequeno
documentário com cenas de massacre da população civil, vítima dos bombardeios
do regime de Al-Assad.
Cleber Rabelo, em sua
fala, afirmou que esse debate é fundamental, pois ainda que tenhamos uma
situação diferente no Brasil, os trabalhadores brasileiros sofrem diariamente
ataques impostos pelo governo de frente popular: “O governo de frente popular
que hoje vigora no Brasil, tendo em Dilma (PT) sua representação máxima, ataca
todos os dias os direitos da classe trabalhadora, com os leilões dos poços de
petróleo, as privatizações dos hospitais universitários e dos aeroportos, por
exemplo. Nesse sentido, a mobilização e a pressão dos trabalhadores são
fundamentais para barrar estes e qualquer tipo de ataque. O povo sírio é um
exemplo a ser seguido em todo o mundo!”, afirmou.
Solidariedade
Internacional
Assim como Cleber, Sara
Al-Suri também ressaltou a importância do espaço e lembrou com indignação os
setores da “esquerda” que insistem em apoiar a ditadura síria, como é o caso
das organizações ligadas a Cuba ou a Chávez, na Venezuela. “O povo Sírio tinha
esperanças nesses governos e os enxergava como símbolos importantes do
anti-imperialismo. Mas o que vemos hoje é a Venezuela fornecendo o diesel que
alimenta os aviões de guerra de Assad, que bombardeiam nosso povo! O apoio que
estamos recebendo de organizações como o PSTU é fundamental para que
acreditemos de novo na esquerda. E em uma esquerda consequente!”
Nesse sentido, Cleber
afirmou ser muito importante a solidariedade internacional com a causa síria.
Segundo o vereador eleito, é necessário que as organizações de esquerda em
nível mundial se posicionem de forma coerente neste embate e, para isso, é
preciso ter claro quem está no campo da revolução e quem está no campo oposto,
no da contrarrevolução: “Assad sempre foi sustentado pelo imperialismo e é no
exército de Assad que está o processo contrarrevolucionário que quer derrotar o
levante operário sírio. Ainda que os principais órgãos de oposição ao regime
ditador - o Conselho Nacional Sírio (CNS) e o Exercito da Síria Livre (ESL) –
sejam compostos por alguns setores da burguesia, é um erro a “esquerda” internacional
posicionar-se a favor de Assad. É necessário disputar essas organizações por
dentro, mantendo a independência política dos trabalhadores sírios, e batalhar
contra qualquer tipo de direção traidora do processo. É por isso que estamos ao
lado do povo sírio e contra o massacre praticado com métodos nazifascistas pela
ditadura pró-imperialista de Assad”.
Caráter internacionalista
Caráter internacionalista
Cleber ainda destacou o
caráter internacionalista do PSTU, dizendo que isso já fez com que o partido
travasse várias lutas e fizesse campanhas internacionais em favor dos
trabalhadores oprimidos em todo o mundo: “Nos posicionamos ao lado do povo
haitiano e queimamos a bandeira do Brasil, contra intervenção brasileira no
Haiti; nos posicionamos contra Mubarak,
ao lado dos egípcios; e também contra a intervenção imperialista na
Líbia, contra Kadafi. Agora, o caráter internacional do nosso partido nos cobra
outro posicionamento e é por isso que estamos contra Assad; é por isso que
exigimos que ele seja processado e condenado por todos os crimes cometidos e
que seus bens sejam confiscados e colocados a serviço dos explorados. Nossa
luta aqui no Brasil é pela queda do regime e pela construção de um governo operário
na Síria (...) Os ventos que sopram no mundo árabe nos mostram que revoluções
são possíveis e essa vitória do povo sírio será, com certeza, a vitória dos
trabalhadores em nível mundial.”, concluiu.
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