quinta-feira, 5 de novembro de 2015

1 ANO DA CHACINA DE BELÉM – A PERIFERIA RESITE

Organizações, movimentos e coletivos saíram as ruas de Belém para cobrar justiça nesta quarta-feira (04). É que ontem, completou-se um ano da chacina que vitimou, pelo menos, 10 pessoas nas periferias de Belém. Foram trabalhadores inocentes, jovens e negros em sua maioria, assassinados covardemente pela atuação de milícias/ grupos de extermínio. 
Os ativistas começaram a se concentrar às 17h, no Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN). Com cartazes, velas e cruzes simbolizando as perdas, o ato denunciou a política de extermínio do povo pobre nas periferias e cobrou a responsabilidade dos governos diante da injustiça.  
Para o vereador Cleber Rabelo (PSTU), que participou do ato, a chacina de novembro de 2014 deve ser lembrada todos os dias, principalmente porque se repete diariamente nos bairros pobres da cidade. Não à toa, lembra o vereador, outro caso chamou atenção dos trabalhadores de Belém em outubro deste ano: a morte do soldado da ROTAM (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana) Vítor Pedroso, assassinado após um assalto culminou, no dia seguinte, no assassinato de Jaime Nogueira Junior (Pocotó), suspeito do assassinado do soldado. O que chama atenção é que, da mesma forma que em novembro do ano passado, foram homens encapuzados os responsáveis pela “execução” (que ocorreu após a invasão de um hospital particular de Belém). 
“A falência da política de segurança pública em Belém e no Estado colocam Zenaldo e Jatene lado a lado como responsáveis pela crise que vivemos. E é a periferia que mais sente as dores e a crueldade que reflete a falta de acesso à educação, ao emprego... à vida”, disse Rabelo. 
Ainda segundo o vereador, é preciso resistir a essa política consciente dos governos que jogam a população ao completo extermínio. “No dia 22 de novembro acontecerá a terceira edição da Marcha da Periferia e nós fazemos um chamado aos trabalhadores: é preciso lutar com todas as forças e resistir. Vamos fortalecer a Marcha da Periferia e mostrar que não vamos nos curvar”, disse.    

ENTENDA

Os crimes aconteceram depois que o cabo Figueiredo (Cabo Pety), da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana foi morto também em um bairro periférico. Mesmo após o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) ter comprovado a existência de, no mínimo 3 grupos de milícias atuando no Pará - e que inclusive o cabo Pety fazia parte de uma delas – ninguém foi condenado e o caso segue em sigilo e sem solução. 

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