sábado, 8 de março de 2014

8 de março - Em Belém, ato exige fim da violência contra as mulheres

Belém ficou lilás neste 8 de março. O dia internacional de luta da mulher trabalhadora reuniu cerca de mil pessoas que desfilaram entre as principais avenidas da cidade. O bloco classista e socialista do PSTU denunciou, na forma de marchinhas de carnaval, os altos índices de violência à mulher e o descaso dos governos que investem pouco no combate à violência machista e em áreas sociais, enquanto a maior parte do dinheiro público é destinada ao pagamento das dívidas interna e externa e para os grandes empreendimentos, como a Copa do Mundo.
A famosa marchinha "Cabeleira do Zezé", por exemplo, foi adaptada e os foliões do bloco contra o machismo cantaram bonito nas ruas -apertadas- do comércio. Os trabalhadores que transitavam pelas ruas se animaram ao ouvir: 
"Olha, essa copa de quem é?  Não é da mulher! Não é da mulher! 
Não tem dinheiro pro transporte. Não tem pra educação. 
Não tem dinheiro pra saúde. 
Pra FIFA tem mais de um milhão. Vem pra rua, vem!"
O vereador Cleber Rabelo (PSTU) esteve presente durante o ato e se solidarizou à luta das mulheres. Para ele, a luta contra o machismo é a luta de homens e mulheres da classe trabalhadora contra a opressão e a exploração capitalista. 
Cleber também ressaltou a necessidade urgente da presidente Dilma (PT) inverter a ordem de prioridades de seu governo. Ainda hoje, mais de 42% do orçamento da união são destinados ao pagamento dos banqueiros nacionais e internacionais. "Enquanto isso, o investimento no programa de combate à violência às mulheres foi R$ 25 milhões, o que dá R$0,26  para cada mulher atendida. E ainda vem reduzindo ano após ano... É por isso que o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking do feminicídio!", afirmou. 
No Pará não é diferente. O estado ocupa o 4º lugar no ranking da violência. A falta de segurança pública, iluminação e o aumento dos assaltos afetam em maior grau as mulheres. Paragominas, por exemplo, é o primeiro município  (de até 100 mil habitantes) do país no ranking de violência à mulher. Além disso, a violência institucional agrava ainda mais a situação das mulheres. Em um estado de extensão continental, a exemplo do Pará, é inadmissível que existam apenas duas casas abrigo e nas 11 delegacias especializadas de assuntos da mulher (DEAM) faltam delegadas, psicólogas e assistentes sociais plantonistas. Os poucos investimentos em educação também afetam as mulheres. O déficit de creches públicas em Belém, por exemplo, chega a 64%. O município precisaria de 237 creches a mais para atender as necessidades da população.
"Isso é culpa do descaso do governo tucano de Jatene e da prefeitura Zenaldo Coutinho - que não avançam que na construção de creches nos bairros periféricos para que as mulheres tenham direito a trabalhar. É preciso inverter as ordens e isso só será possível com mulheres e homens nas ruas!".

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