terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Hidrelétrica na Amazônia – quando a construção vira destruição

“Etnocídio”. Foi essa a palavra utilizada pela Procuradora da República, Thais Santi, para definir a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Projetada para ser a 3ª maior hidrelétrica do mundo, Belo Monte “é um mundo onde tudo é possível”, segundo as palavras da própria procuradora. Na entrevista concedida ao jornal El País, ela conta sobre os ataques que a implantação desse grande projeto tem causado nos povos indígenas do Rio Xingu.  



A verdade é que foram muitas denúncias feitas das atrocidades que acontecem desde o início da obra. O aumento da criminalidade, do tráfico de drogas, da exploração sexual e dos impactos sociais aos moradores da região, entre ribeirinhos e indígenas. Mesmo com mais de 20 ações protocoladas pelo Ministério Público para o embargo da obra, tendo em vista as ilegalidades, a construção continua. Parece que o interesse/lucro das grandes construtoras e empreiteiras (as mesmas envolvidas no Petrolão, inclusive!) são mais importantes do que os povos tradicionais da Amazônia.
Mas o governo do PT, de Lula e Dilma, não contente em empurrar “goela à baixo” este etnocídio (como bem disse a procuradora da república) que é Belo Monte, tem planos maiores para a nossa região.
No rio Tapajós e seus afluentes, estão sendo projetados mais 7 empreendimentos hidrelétricos. Entre eles está a Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, prevista para ter uma capacidade de mais de 6.000 MW/h. Os 13 mil índios Munduruku que habitam a região já afirmaram que não querem hidrelétrica em seu rio.
A discussão sobre o modelo energético adotado na nossa região está na ordem do dia. Ainda mais quando somos nós que pagamos uma das contas de energia mais altas (vide o recente aumento em quase 35%). Enquanto isso, nossos rios estão sendo sangrados e junto a eles, os povos dessas regiões.
O Movimento Xingu Vivo vai realizar um seminário para discutir isso. O nome é: “Hidrelétricas no Tapajós: resistência e perspectiva”. E vai acontecer no dia 11/12, no auditório do IFPa, às 18h. 
Uma dica importante para aqueles e aquelas que, como eu, acreditam e lutam por um novo modelo energético e um outro modelo econômico. 

Abraços e até lá!
Cleber Rabelo. 

* Para saber mais sobre o seminário, acesse: http://goo.gl/mc7Xf6 
* Para ler entrevista completa da Procuradora da República Thais Santi, acesse: http://goo.gl/vjec1j 

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