quinta-feira, 11 de julho de 2013

Dia Nacional de Luta reúne mais de 20 categorias em Belém

Por Andrea Neves (Belém)

   
Foto: Kleyton Silva
A Cidade das Mangueiras poderia muito bem mudar de nome, nesse dia 11 de julho. “Cidade das Reivindicações. É assim que temos que chamar a partir de hoje”, dizia um trabalhador. Assim como ele, mais de cinco mil pessoas foram às ruas no Dia Nacional de Greves, Paralisações e Manifestações, em Belém. Mais de 20 categorias participaram do protesto, que se iniciou por volta das 8h em diversos pontos da cidade e terminou no início da tarde, em frente ao Centro Interado de Governo. Uma comissão foi recebida por representantes do governo e protocolaram uma carta de reivindicações das centrais sindicais.

Trabalhadores terceirizados
da operadora Oi
   As pautas gerais unificavam os trabalhadores. Nos quatro pontos de concentração do ato (Prefeitura Municipal de Belém, São Brás, CAN e sede do Sindicato da Construção Civil de Belém), professores e técnicos da UFPA, bancários, servidores públicos, policiais, operários, urbanitários e diversas outras categorias exigiam a redução do preço e melhora na qualidade dos transportes coletivos; mais investimentos na saúde e educação pública; fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias; redução da jornada de trabalho; fim dos leilões das reservas de petróleo; contra o PL 4330, da terceirização e reforma agrária. Em síntese, a insatisfação com os investimentos nos serviços públicos tomava conta do protesto.

   Além do descaso com os serviços públicos, o representante da CSP-Conlutas e militante do PSTU, Abel Ribeiro, acredita que categorias estratégicas do país estão paralisadas hoje, pois o modelo aplicado pelos governos em nível municipal, estadual e nacional não serve aos trabalhadores e à juventude: “Nós queremos construir o movimento de luta nas ruas, nos bairros, pois só assim podemos ganhar. Mas também queremos construir outro tipo de sociedade, porque no capitalismo, os patrões dão com uma mão e tomam com a outra.”, disse.

PSDB: governo dos empresários, contra os trabalhadores

   Além da pauta nacional, revindicações locais foram abordadas. A não privatização da Santa Casa de Misericórdia, redução da tarifa de ônibus, construção de creches públicas foram exigidas. Em frente à prefeitura, uma comissão foi formada, entre estudantes e trabalhadores, e entrou para exigir uma resposta do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB). “O que vimos foi a mesma enrolação de sempre”, disse Airton Moraes, militante da juventude do PSTU.  Segundo ele, o prefeito afirmou que só o congelamento da tarifa de ônibus já causa um prejuízo muito alto para os empresários e que a redução da tarifa é inviável. Zenaldo ainda se comprometeu a realizar uma audiência pública para provar à população que as contas da prefeitura não são suficientes para arcar com a redução. “Quem tem prejuízo é a população e não os empresários. Eles lucram rios de dinheiro todos os dias enquanto nós sofremos com as passagens caras e os ônibus sucateados”, disse Airton.

   Já em frente ao Centro Integrado de Governo (CIG), quando todos os atos tinham unificado, outra comissão foi formada. Desta vez, a carta de reivindicações deveria ser entregue ao governador do estado, Simão Jatene, também do PSDB. Como o governador não estava no local, a comissão foi recebida pelo Secretário especial de estado de proteção e desenvolvimento social, Sérgio Leão. De forma vaga, o secretário se comprometeu a analisar as reivindicações em 15 dias e dar uma resposta ao documento. 

   Para o vereador Cleber Rabelo (PSTU), a resposta negativa de Zenaldo e a ausência de Jatene mostram que o PSDB não governa para os trabalhadores. O vereador também lembrou da recente votação do Plano Plurianual na Câmara Municipal de Belém. “Os vereadores da base aliada do governo votaram contra a população: contra o investimento de 25% do orçamento municipal para a saúde e 20% para a educação. Além disso, não se manifestaram sobre o passe-livre.”, recorda. 


   Rabelo também parabenizou a Dia Nacional de Lutas protagonizado pelos trabalhadores em todo o país e reforçou o apoio do PSTU à luta da classe trabalhadora por mais conquistas. “O PSTU apoia e se soma as mobilizações porque acreditamos que só por meio da luta podemos avançar em nossas conquistas. Estamos lado a lado dos trabalhadores contra a política do PSDB, mas também contra a política econômica do governo Dilma (PT) que mantém o pagamento da dívida pública com o único propósito: beneficiar os banqueiros internacionais e nacionais (...). O dia 11 de julho foi uma importante prova de que os trabalhadores podem se organizar para lutar e vencer!”.  

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