terça-feira, 2 de julho de 2013

Movimento Belém Livre ocupa Câmara de Vereadores

Os manifestantes do Movimento Belém Livre continuam ocupando a galeria da Câmara Municipal de Belém. Hoje é o segundo dia no qual estudantes e trabalhadores acompanham sessão na CMB e pressionam os vereadores para que o Plano Plurianual (PPA) e os projetos de Passe Livre para estudantes e desempregados sejam votados. Os manifestantes ocuparam a câmara no final da tarde de ontem (01/07) após os vereadores da bancada de apoio ao prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) esvaziarem a sessão, impossibilitando sua continuidade. Além do passe livre, o movimento exige congelamento imediato e redução da tarifa de ônibus de R$2,20 para R$2,00. Aproximadamente 200 pessoas passaram a noite na galeria e no hall de entrada da CMB.

A manifestação que se iniciou às 9h de ontem, continua forte. Mais investimentos em saúde, educação, cultura e transporte são cobrados. Apesar das reivindicações vindas das ruas, a bancada de apoio à prefeitura mostrou a quem governa: contra a população de Belém, a favor dos ricos e dos empresários. Prova disso foi o fato de que, ontem, todas as emendas feitas pela bancada de oposição de esquerda foram rejeitadas, como a destinação de 25% do orçamento do município para a educação e 20% para saúde.
Hoje a bancada governista continua ignorando os gritos que vem das ruas. Mesmo tendo na casa quatro projetos para a implementação do Passe Livre, de autoria dos vereadores Cleber Rabelo (PSTU), Fernando Carneiro (PSOL), Thiago Araújo (PPS) e Sandra Batista (PCdoB), o vereadores da situação continuam se fazendo de surdos e se recusam a colocar os projetos em pauta. Segundo o líder do governo na CMB, Mauro Freitas (PSDC), a implementação do passe livre necessitaria de mais estudos pois demanda altos gastos ao município. “Alguém terá que pagar o preço e não sabemos quem”, disso Freitas.
Para o vereador Cleber Rabelo (PSTU), entretanto, a situação do transporte na cidade é urgente e não pode ser adiada, justamente, por ser um direito social essencial para garantir acesso aos serviços oferecidos pela cidade. De acordo com Rabelo, ao invés de ser fonte de bem estar e locomoção, o transporte público virou sinônimo de sofrimento para os milhões de usuários e de muito lucro para as poucas dezenas de empresários que exploram o serviço.

Cleber também respondeu ao líder do governo, vereador Mauro Freitas. Para ele, está muito claro em seu projeto como subsidiar a instituição do Passe-Livre. De acordo com seu projeto, os custos decorrentes da criação e efetivação da lei devem ser assegurados pelo aumento da base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS, na ordem de 60% para as empresas que exploram o serviço.
“Você quer saber quem vai pagar? Pois eu digo, Vossa Excelência. Quem deve pagar a conta são os empresários do transporte. Aqueles mesmos, cuja dívida de cerca de R$85 milhões foi perdoada em 2009. Aqueles que lucram cada vez mais com a redução do ISS que esta mesma casa aprovou na gestão passada. Você quer saber como garantir a implementação do passe-livre, vereador? Vamos colocar em votação o projeto de lei que eu dei entrada e que reduz o salário dos vereadores dessa casa, do prefeito, da vice-prefeita e acaba com a farra dos tickets. A população paga todos os dias pelas péssimas condições do transporte. É hora de inverter essa lógica!”, afirmou.
Os manifestantes estão divididos em três comissões: comunicação, estrutura e segurança e estão utilizando gabinetes dos vereadores Cleber Rabelo (PSTU) e Fernando Carneiro (PSOL) para ter acesso à internet. A Guarda Municipal continua presente e tenta entrar na galeria onde os manifestantes estão acompanhando a sessão, na tentativa de causar conflito. Os manifestantes resistem nas dependências da casa e reafirmam sua posição de que só sairão após suas reivindicações serem atendidas. 

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