A
quarta-feira (07/08) poderia ter sido um dia histórico para a juventude da
capital paraense. Isso porque, com muita pressão, os jovens que ocupavam as
galerias da casa desde segunda-feira (05/08) conseguiram fazer com que a
votação do projeto de lei do Passe Livre acontecesse ontem. Mas para a surpresa
de alguns e para a indignação de todos, o passe livre estudantil foi rejeitado.
Foram 14 votos a favor e 18 abstenções. Dos 32 vereadores presentes, nenhum teve
a coragem de votar “não”. A CMB, mais uma vez, virou as costas para a
juventude, mostrando que não merece nenhuma confiança da população do
município.
Cópia da Lista de Votação - Projeto Passe Livre
Para
o vereador Cleber Rabelo (PSTU), a rejeição do projeto é uma vergonha,
principalmente devido à abstenção da maioria dos vereadores em um assunto que
ele considera de extrema importância.
“Eles ficaram constrangidos demais para dizerem “não” na frente dos
estudantes, mas as abstenções não nos enganam. Elas representam, claramente, a
rejeição de um projeto que reflete as necessidades históricas dos trabalhadores
e de seus filhos, que trata do direito de ir e vir, do direito ao lazer e do
direito à educação”, disse.
Rabelo
também afirmou que o resultado da votação não chegou a surpreendê-lo tanto já
que, para ele, a Câmara Municipal está comprometida com o setor empresarial. “É
sempre assim: quando é para votar um projeto que beneficie o povo, nunca tem
dinheiro e sempre se precisa de mais estudos. Mas para os ricos as coisas são
bem rápidas. Foi assim, por exemplo, em 2009, quando esta mesma casa aprovou o
perdão de uma dívida de R$84 milhões para os empresários do transporte”,
denunciou.
Os
vereadores de oposição se articulam agora para buscar alternativas que consigam
anular a sessão, já que a mesma fora conduzida de forma errada pela mesa
diretora. Outra ideia é a de realizar um plebiscito municipal e convocar a
população a votar o passe livre. Sobre isso, Cleber acredita que as
movimentações que a bancada de oposição de esquerda farão são importantes, mas
que a verdadeira conquista só se dará por meio da mobilização. “É importante dizer para os vereadores que se
abstiveram que eles não pensem que a luta vai parar! A bancada de esquerda vai
fazer o possível para anular a sessão, mas eu tenho certeza de que é a luta da
juventude que vai reverter essa situação!”.
Após
o término da sessão, os integrantes do Movimento Belém Livre desocuparam a
Câmara de Vereadores e foram em direção à prefeitura do município. Lá, uma
comissão foi recebida pelo prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB). Eles protocolaram
uma pauta com diversas reivindicações, entre elas, o passe livre, e cobraram
urgência no atendimento. O prefeito, por sua vez, afirmou que uma comissão
técnica foi montada para estudar a questão do transporte e disse que as
respostas só serão dadas após o término dos estudos.
O
Movimento Belém Livre realizará uma reunião no próximo domingo (11/08), às 16h,
no anfiteatro da Praça da República, para discutir e marcar as próximas ações.
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