Vereador de LUTA |
Em ato realizado no Dia Internacional de Luta da
Mulher, o vereador Cleber Rabelo foi às ruas se colocar ao lado das
trabalhadoras de Belém para denunciar o descaso e os ataques dos governos
impostos às mulheres. Com a participação de diversas organizações feministas,
centrais sindicais e partidos políticos de esquerda, a manifestação, terminou
às 14h em frente à Prefeitura Municipal. Quem ficou até o fim não sabia se o
calor, que não fora amenizado pela chuva da tarde, era decorrente de uma manhã
inteira de caminhada sob o sol ou da conquista dos movimentos sociais de uma
reunião com o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) para discutir quais são as
políticas públicas em relação aos direitos das mulheres trabalhadoras da
cidade.
Desde o início, as manifestantes reivindicavam o
histórico de luta das mulheres, lembrando que esse dia representa um grito de
“basta” contra o machismo, fato que foi reforçado na fala do vereador Cleber
Rabelo: “Diferente do que a burguesia prega, hoje não é um dia de festa, de
receber flores... Hoje é um dia de luta para as mulheres trabalhadoras contra a
exploração e contra a opressão. E nós, do PSTU, não acreditamos que nessa
sociedade capitalista se possa acabar com o machismo”. Para ele, a luta contra
o machismo deve se dar pela união da classe trabalhadora rumo à construção de
uma nova sociedade: “Essa luta não deve ser de mulheres contra homens, deve ser
de homens e mulheres da classe trabalhadora contra os empresários,
latifundiários... Só assim poderemos destruir o capitalismo e avançar na
construção de uma nova sociedade. Uma sociedade socialista!”, afirmou.
Chega,
chega, chega de agressão!/Mulheres em luta contra a opressão
Dentre os principais temas abordados no ato, a
violência contra as mulheres foi um dos principais. Segundo Cleber, as
trabalhadoras sofreram por anos quando do governo do PSDB, que não teve
políticas públicas pra atender os interesses das mulheres e agora, depois de 10
anos do PT no poder, essas políticas ainda são muito limitadas. “Menos de 10% dos municípios possuem delegacias especializadas
e menos de 1% dos municípios possuem casas abrigo. Essa é a prova de que Dilma
não governa para as mulheres trabalhadoras.”, disse.
A situação em Belém e no estado do Pará não é
diferente: contém apenas duas casas abrigo (uma do governo estadual e outra do
municipal) para atender toda população feminina. A situação piora quando se
fala das condições de funcionamento desses estabelecimentos: “A casa abrigo do
Governo Municipal, que deveria atender 20 famílias, tem um único banheiro,
falta cama, os colchões estão no chão e, para piorar, não tem psicólogos e
assistentes sociais nos finais de semana para atender as mulheres que sofrem
violência e agressão porque não tem dinheiro pra pagar o plantão”, disse.
Não bastasse isso, tramita no Senado a proposta de
Reforma do Código Penal que, dentre outras coisas, retrocede a Lei Maria da Penha.
Para o vereador essa é um ataque aos direitos das mulheres que “legitima a
agressão ao trocar prisões por cestas básicas ou trabalhos comunitários”.
Vereador acompanhado de militantes do MML |
Oh,
oh, Zenaldo, eu não quero favor/ A creche é um direito do povo trabalhador
A luta pela construção de
creches também foi central, pois reflete um
dos problemas mais sentidos pela classe trabalhadora, que muitas vezes fica
impossibilitada de trabalhar por não ter onde deixar seus filhos. “Belém possui
uma população de 59.772 crianças até três anos e menos de 7% são atendidas
pelas creches. Enquanto isso, vemos o Governo Federal propondo um número
bastante limitado de construção de creches, que é de 6 mil, enquanto o
déficit é de 70.000.”, afirmou o vereador.
Ao final
do ato, uma comissão com cerca de 14 mulheres, representantes de diversas
organizações, foi recebida pelo prefeito de Belém, que agendou uma nova reunião
para discutir com essas lideranças as principais pautas de reivindicação das
mulheres. Cleber Rabelo, que esteve presente nessa reunião acredita que a
reunião, prevista para o dia 13/03, é uma vitória das mulheres e movimentos
sociais presentes no ato que “demonstraram sua força através da mobilização e
obrigaram o prefeito a recebê-los”, disse.
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