quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Todo apoio à greve dos Operários de Belo Monte

Os operários da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (27/11). Dentre as principais reivindicações estão o reajuste salarial de 15% para toda a categoria e cesta básica no valor de R$ 380. Além disso, os trabalhadores querem que os sábados sejam considerados dias livres, ou, no caso de trabalho, que seja pago como hora extra. No último sábado (23) a categoria rejeitou a proposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) de reajuste de 11% nos salários da maioria dos trabalhadores e 30% na cesta básica. Cerca de 27 mil trabalhadores mantém os  principais canteiros de obra (Pimental, Canais e Diques, Belo Monte, Infraestrutura e Bela Vista) totalmente parados.
A mobilização dos trabalhadores é mais do que legítima. Não é de hoje que sabemos das péssimas condições de trabalho a que estes operários estão submetidos. Soma-se aos baixos salários, a impossibilidade de ver a família e os vários acidentes por falta de segurança. É um absurdo que a principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal continuem tratando trabalhadores com tamanho desrespeito. É inadmissível que o CCBM e o Governo Federal continuem negando condições dignas de trabalho e salários decentes a milhares de pais de família. 
Declaramos toda solidariedade à luta dos operários em Belo Monte e exigimos que suas reivindicações sejam atendidas. Estamos à disposição da categoria para o fortalecimento e vitória dos trabalhadores.
Além do reajuste salarial. É preciso parar Belo Monte!
Entretanto, Belo Monte vai além da justa reivindicação dos operários por melhores condições de trabalho. A imprensa nacional e internacional e os movimentos sociais fizeram inúmeras denúncias das atrocidades que acontecem desde o início da obra, há dois anos.  E o que antes eram alertas, frutos de estudos cientificamente embasados, converteram-se hoje na triste realidade que assola a região. O aumento da criminalidade, do tráfico de drogas e de pessoas, além da exploração sexual são fatos que se agravaram com uma obra que se mostra insustentável social e economicamente.
Nesses mesmos dois anos, uma grande sequência de paralisações protagonizadas por índios, trabalhadores e movimentos sociais denunciaram um regime de trabalho análogo à escravidão, licenciamentos fraudulentos, oitivas não realizadas e um superfaturamento absurdo no valor inicial da obra, que ainda pode aumentar (no início a obra foi orçada em R$16 bilhões, mas já supera os R$30 bilhões).
Belo Monte, não está nem na metade de sua construção, mas já prova que não irá beneficiar os trabalhadores e os povos da região. Pelo contrário. Não passa de um compromisso eleitoral do governo com as empreiteiras que financiaram quase metade da campanha de Dilma (PT). Não por acaso, empresas como a Camargo Correa, a Andrade Gutierrez e Odebrecht que financiam a obra de Belo Monte, também estão envolvidas nas obras dos grandes estádios da Copa do Mundo, onde os trabalhadores também estão mobilizados garantir direitos básicos. O governo Dilma (PT), que está a frente de todos esses ataques, precisa interferir e, além garantir as reivindicações, precisa barrar parar essa construção que é, na verdade, um grande ataque à natureza e ao povos indígenas e ribeirinhos que dependem do rio Xingu. 


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