O
Conselho Universitário da Universidade Federal do Pará se reunirá amanhã
(14/11), a partir das 9h, para, entre outras pautas, decidir se adere ou não à
implementação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Das 46
universidades que possuem Hospitais Universitários em todo o país, apenas 10
aderiram è empresa. “Isso mostra que a comunidade acadêmica em nível nacional
entende os riscos de adesão à EBSERH e é contra a privatização da saúde”,
afirma o vereador Cleber Rabelo (PSTU). Para ele, a UFPa deve seguir o mesmo
exemplo e rejeitar este ataque.
Apresentada
pelo governo federal como a saída para a falta de investimentos e baixa qualidade
dos serviços dos Hospitais Universitários, a EBSERH não apresenta nada de novo:
segue a linha neoliberal de entrega de serviços públicos ao capital privado do
Partido dos Trabalhadores (PT) durante esses 10 anos no poder. Caso a EBSERH
seja implementada na UFPA, os Hospitais Bettina Ferro de Souza e João de Barros
Barreto passariam a ser administrados por uma empresa - a EBSERH, que é uma
empresa estatal de direito privado, ou seja: tem o “corpo” estatal, mas a “alma” é privada,
posto que a lógica que presidirá sua gestão será a lógica do mercado. O
atendimento, por exemplo, não será exclusivo aos pacientes oriundos do SUS e
seu capital poderá ser aplicado na bolsa de valores.
“É
a população mais carente de nossa sociedade que necessita dos serviços dos
Hospitais Universitários. A EBSERH vai na contramão dessa realidade quando
trata de um bem público necessário (saúde) como mercadoria, vendendo serviços
para garantia de lucro”, argumenta Rabelo.
Além
da privatização, o aumento da precarização do trabalho também seria
consequência da implementação da empresa. Isso porque impõe o regime de contratação via CLT em detrimento do Regime
Jurídico Único (RJU), que garante vantagens econômicas e sociais, além de aposentadoria digna aos trabalhadores do
serviço público.
Sem contar o perigo de
generalizar a corrupção, uma vez que a EBSERH estará dispensada de promover
licitações públicas para aquisição de materiais e equipamentos. A EBSERH, além
de imoral, é ilegal. O Procurados Geral da República Roberto Gurgel deu entrada
em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei 12.550/11, pois os 17
artigos da lei são inconstitucionais.
Segundo
o vereador, a realidade dos
hospitais universitários é parte da crise da saúde pública no Brasil, onde os
trabalhadores são os mais afetados. “É a classe trabalhadora que enfrenta as
duras filas e as condições precárias nos prontos-socorros (...) Entretanto, a
privatização não é a saída. Pelo contrário.”, afirma. Para o vereador, a
privatização da saúde deve ser combatida ao mesmo tempo em que o Sistema Único
de Saúde (SUS) deve ser fortalecido, além de garantir mais investimentos
federais, estaduais e municipais para a área. “É por entender a saúde como um
direito social e dever do estado que devemos dizer não à EBSERH. É tarefa dos
estudantes, professores e servidores da UFPA, mas sobretudo, dos trabalhadores
barrar esse ataque!”.
Com informações da
Adufpa
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