quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Por que governar o Estado do Pará?

Cleber Rabelo fala porque se candidatou ao cargo de governador do Estado

*matéria publicada no blog Espaço Aberto no dia 01/09:
http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/2010/09/o-que-eu-pretendo-fazer-como-governador.html

Pretendo governar o Estado do Pará para fazer uma inversão radical com relação à lógica de pra quem e com quem governar. Historicamente nosso Estado foi dirigido por partidos burgueses que governaram com mão de ferro para os patrões, os ricos e poderosos. A eleição de Ana Júlia foi fruto da experiência da população com os 12 anos de governo tucano. Os paraenses depositaram grandes esperanças de que o Partido dos Trabalhadores mudaria essa história, governando para os trabalhadores e as camadas mais necessitadas de nosso Estado. Porém, o que se viu foi a continuidade da aplicação do mesmo programa neoliberal de Almir Gabriel e Jatene. Quatro anos depois do governo de Ana Júlia, a riqueza do Pará continua sendo para poucos, enquanto a miséria é para milhões.


O Pará é um dos Estados mais ricos do Brasil, possuindo as maiores reservas de minérios, as mais valiosas madeiras, imensas quantidades de terra e água e uma das maiores biodiversidades do planeta. No entanto, continua sendo campeão do analfabetismo, com a educação pública completamente destruída e um avanço sem precedentes do ensino privado; a saúde agoniza com hospitais sem leitos, pessoas morrendo sem atendimentos, os postos de saúde em completo abandono, levando a situações que chocam o mundo como as centenas de bebês mortos na Santa Casa, dita de Misericórdia; a violência aumenta a olhos vistos e a população vive a cada dia mais insegura e amedrontada, pois chacinas e assassinatos hediondos já se tornaram rotina em Belém, principalmente de mulheres e jovens da periferia.

Queremos governar o Pará para mudar radicalmente essa situação, pois consideramos que a dura realidade do trabalhador e da população paraense é responsabilidade de seus governantes.

Alguns dados mostram como o Pará tem duas realidades completamente distintas: 50% da população sobrevivem com um salário mínimo; um milhão e meio de trabalhadores estão no mercado informal e centenas de milhares estão desempregados; o povo pobre amarga um déficit habitacional de 489 mil moradias no estado, sendo que 50% das casas populares não recebem água encanada. Ana Júlia, para tentar se reeleger a todo custo, fechou um acordo com Duciomar de privatização da Cosanpa, o que aprofundará essa situação.

Por outro lado, existe uma minoria que a cada dia se torna mais milionária. Só para citar dois exemplos: o setor da construção civil é um dos que mais cresce no Estado, agora com a entrada de empresas multinacionais. Com a cidade de Belém entre os cinco mercados imobiliários mais caros do país, o faturamento das empresas cresce tanto quanto as torres dos apartamentos de luxo. O setor de mineração também não tem do que se queixar: somente em 2008, exportou 90 milhões de toneladas de ferro, o equivalente a 246,6 mil toneladas por dia, obtendo um lucro de 5,6 bilhões de dólares. Para o povo paraense fica a poluição e a devastação do meio ambiente.

Nessas eleições apresentamos minha candidatura, operária e socialista, para dizer à população que é possível mudar essa situação invertendo a ordem de prioridade. Ao invés de se atender àqueles que têm tudo, vamos governar com e para os que constroem nosso Estado com o suor de seu trabalho. Isso é viável a partir de medidas urgentes, tais como: elevação geral dos salários, plano de obras públicas, como hospitais escolas e casas populares, dobrar o orçamento da saúde e da educação, combater a violência com emprego, renda e educação de qualidade, fazer a reforma agrária para acabar com o conflito no campo, prendendo os mandantes e assassinos de trabalhadores rurais, reestatizar a Vale e a CELPA e garantir passe livre aos estudantes e desempregados. A aplicação dessas medidas só pode ser obra de um governo verdadeiramente dos trabalhadores, sem patrões, socialista e apoiado nos conselhos populares. Este é o sentido da minha candidatura.

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