quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Com intransigência da patronal, operários da construção civil vão ao terceiro dia de greve

Hoje foi o segundo dia da greve dos trabalhadores e trabalhadoras da construção civil. Diferentemente de ontem, os trabalhadores optaram por outra forma de pressionar os empresários. Para mostrar a indignação da categoria, foram feitas manifestações que pararam por várias horas pontos estratégicos de Belém, Ananindeua e Marituba. “O que interessa para nós, no dia de hoje, não é o número de pessoas em uma mesma manifestação, mas a quantidade de obras paradas nas cidades”, afirmavam os diretores do sindicato. A patronal ainda se recusa a receber os trabalhadores e afirmou que só negocia se eles finalizarem a greve.
No centro de Belém, centenas de operários se concentraram mais uma vez em frente á Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), onde está localizado o sindicato patronal (SINDUSCON – PA). Mas as rodovias Augusto Montenegro (próximo a Avenida Independência) e o Entroncamento também foram alvo de manifestações. Os piquetes de Ananindeua, por sua vez, bloquearam as rodovias Mário Covas e 40 Horas, assim como a BR 316. A BR também foi alvo das manifestações em Marituba.
Segundo Atnágoras Lopes, da executiva nacional da Central Sindical Popular – Conlutas, a qual o sindicato da construção civil é filiado, se por um lado a intransigência dos patrões segue grande, a disposição de luta da categoria também. “Quem olha para os atos, pode pensar que, por ter menos gente que ontem, a luta está enfraquecendo. Essa conclusão está errada. Hoje nós resolvemos mostrar a nossa indignação para a população nos quatro cantos das cidades e a nossa greve segue forte. Prova disso é que se ontem nós tínhamos 90% das obras paradas, hoje chegamos próximo a 100%.”, afirmou.
A categoria não vê previsão de término da greve e descarta a possibilidade de voltar aos canteiros de obra para uma possível negociação, como exigem os empresários. Os trabalhadores afirmam que estavam tentando negociar há mais de um mês, enquanto trabalhavam normalmente, e que não obtiveram respostas. “Foi preciso paralisarmos os canteiros e iniciar pressão para que eles, pelo menos sentassem com a comissão de negociação”, disse Antônio Francisco, diretor do sindicato conhecido como Zé Gotinha.
 O vereador Cleber Rabelo (PSTU) esteve novamente presente e saudou a luta da categoria. Segundo ele, as jornadas de junho protagonizadas pela juventude e as paralisações convocadas pelas Centrais Sindicais nos dias 11 de julho e 30 de agosto se somam às campanhas salariais de diversas categorias em todo o estado e abrem um espaço a vitórias.
“Nesses dois dias, vimos, além da nossa greve, paralisação dos Agentes da Autarquia de Mobilidade Urbana de Belém (AMUB), dos funcionários do PSM da 14 de março, servidores do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (IPAMB), trabalhadores em educação do municício (...) Isso é um sinal claro de que os trabalhadores não estão satisfeitos com as políticas implementadas pelos governos que só beneficiam os empresários, como os da construção civil. É preciso unificar e intensificar as lutas. Só assim obteremos conquistas concretas!”.

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