Hoje
foi o segundo dia da greve dos trabalhadores e trabalhadoras da construção
civil. Diferentemente de ontem, os trabalhadores optaram por outra forma de
pressionar os empresários. Para mostrar a indignação da categoria, foram feitas
manifestações que pararam por várias horas pontos estratégicos de Belém, Ananindeua
e Marituba. “O que interessa para nós, no dia de hoje, não é o número de
pessoas em uma mesma manifestação, mas a quantidade de obras paradas nas
cidades”, afirmavam os diretores do sindicato. A patronal ainda se recusa a
receber os trabalhadores e afirmou que só negocia se eles finalizarem a greve.
No
centro de Belém, centenas de operários se concentraram mais uma vez em frente á
Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), onde está localizado o sindicato
patronal (SINDUSCON – PA). Mas as rodovias Augusto Montenegro (próximo a
Avenida Independência) e o Entroncamento também foram alvo de manifestações. Os
piquetes de Ananindeua, por sua vez, bloquearam as rodovias Mário Covas e 40 Horas,
assim como a BR 316. A BR também foi alvo das manifestações em Marituba.
Segundo
Atnágoras Lopes, da executiva nacional da Central Sindical Popular – Conlutas,
a qual o sindicato da construção civil é filiado, se por um lado a intransigência
dos patrões segue grande, a disposição de luta da categoria também. “Quem olha
para os atos, pode pensar que, por ter menos gente que ontem, a luta está
enfraquecendo. Essa conclusão está errada. Hoje nós resolvemos mostrar a nossa
indignação para a população nos quatro cantos das cidades e a nossa greve segue
forte. Prova disso é que se ontem nós tínhamos 90% das obras paradas, hoje
chegamos próximo a 100%.”, afirmou.
A
categoria não vê previsão de término da greve e descarta a possibilidade de
voltar aos canteiros de obra para uma possível negociação, como exigem os
empresários. Os trabalhadores afirmam que estavam tentando negociar há mais de um
mês, enquanto trabalhavam normalmente, e que não obtiveram respostas. “Foi
preciso paralisarmos os canteiros e iniciar pressão para que eles, pelo menos
sentassem com a comissão de negociação”, disse Antônio Francisco, diretor do
sindicato conhecido como Zé Gotinha.
O vereador
Cleber Rabelo (PSTU) esteve novamente presente e saudou a luta da categoria. Segundo
ele, as jornadas de junho protagonizadas pela juventude e as paralisações
convocadas pelas Centrais Sindicais nos dias 11 de julho e 30 de agosto se
somam às campanhas salariais de diversas categorias em todo o estado e abrem um
espaço a vitórias.
“Nesses
dois dias, vimos, além da nossa greve, paralisação dos Agentes da Autarquia de
Mobilidade Urbana de Belém (AMUB), dos funcionários do PSM da 14 de março,
servidores do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém
(IPAMB), trabalhadores em educação do municício (...) Isso é um sinal claro de
que os trabalhadores não estão satisfeitos com as políticas implementadas pelos
governos que só beneficiam os empresários, como os da construção civil. É preciso
unificar e intensificar as lutas. Só assim obteremos conquistas concretas!”.
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