quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Operários em greve lotam Câmara Municipal de Belém

Após dois dias fazendo manifestações em frente ao Sindicato Patronal (SINDUSCON) e sem obter respostas satisfatórias, os trabalhadores da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba mudaram o alvo, na manhã desta quarta-feira. Em seu terceiro dia de greve, os operários se dirigiram à Câmara Municipal de Belém e cobraram dos vereadores intermediação do conflito existente entre a categoria e os empresários do setor. Na ocasião, o vereador Cleber Rabelo (PSTU) deu entrada em dois requerimentos que exigiam posicionamento da casa em favor da greve dos trabalhadores e convocavam uma reunião de negociação entre os sindicatos e que serão encaminhados a SINDUSCON. O presidente da casa, vereador Paulo Queiroz (PSDB) se comprometeu a participar de uma reunião com os operários que está prevista para amanhã (05/09), às 10h, na CMB. 
De acordo com Ailson Cunha, diretor do sindicato dos trabalhadores, a ideia de ir à Câmara Municipal ocorreu devido à postura intransigente da patronal, que não se dispõe a negociar. Para ele, “se a Câmara é a ‘Casa do Povo’, é sua obrigação se posicionar a favor dos trabalhadores e entender as pautas de reivindicações como justas e legítimas”. O diretor também afirmou que a greve segue forte, com cada vez mais canteiros de obras paralisados e que amanhã os trabalhadores voltarão à CMB, ainda mais dispostos a resolver o impasse. “Não somos nós que não queremos negociar. Muito pelo contrário! São os empresários que, além de negarem cesta básica, também se negam a conversar”, disse.
Para Cleber Rabelo, autor dos requerimentos, o posicionamento da Câmara de Vereadores é um passo importante que faz avançar a luta dos operários, mas que ainda assim, não é garantia de vitória. “Infelizmente ainda não sabemos se os empresários comparecerão. Mas a convocação foi feita. E não só pelo sindicato dos trabalhadores, mas também pela Câmara dos Vereadores. Basta saber se o Sinduscon desrespeitará a convocação do poder legislativo deste município. Basta saber se os empresários terão a petulância de ignorar a CMB!”.
Base aliada de Zenaldo quebra acordo de lideranças e projeto de Cleber não é votado
Além dos requerimentos encaminhados, estava previsto para entrar em votação hoje um dos projetos de lei do vereador Cleber Rabelo que dispõe sobre a reserva de 15% das vagas para trabalhadoras da construção civil em projetos habitacionais da Prefeitura Municipal de Belém. Entretanto, por falta de quórum, a sessão foi suspensa. 
A reserva de vagas às mulheres operárias também é pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano, como parte importante do combate ao machismo que gera resistência à contratação de mulheres no ramo.  
O PSTU apoia e constrói a greve lado a lado aos operários e operárias da construção civil e  utiliza seu mandato pra fortalecer as lutas da categoria. Mais do que aumento salarial, contudo, nosso mandato também brigará pela ampliação dos direitos e da proteção aos trabalhadores e trabalhadoras do setor.
“A mobilização dos trabalhadores deve seguir forte: amanhã para a negociação com a patronal e nos dias seguintes para pressionarmos os vereadores a votarem o meu projeto. Vamos juntos arrancar vitórias econômicas e políticas!”. 

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