domingo, 20 de outubro de 2013

Cinco mil marcham em defesa da educação e contra a privatização do petróleo em Belém

No Dia Nacional de Luta contra a Venda dos Poços de Libra, cinco mil jovens e trabalhadores foram às ruas da capital paraense denunciar o descaso promovido pelo governo Simão Jatene (PSDB), que ainda não atendeu as reivindicações dos educadores em greve há 26 dias. Mas também disseram um “não” à política de entrega das nossas riquezas naturais orquestrada pelo governo Dilma (PT), que planeja leiloar a maior bacia do pré-sal já descoberta em 60 anos de Petrobras: o megacampo de Libra, na bacia de Santos (SP).
As atividades começaram já pela manhã. A partir das 7h, foi realizado um piquete de greve que paralisou as atividades do Escritório da Petrobrás e a Base da Transpetro, em Miramar. Ao lado de Petroleiros, 100% paralisados, estavam o recém fundado Comitê Paraense Em Defesa do Petróleo, outros sindicatos, como o da Construção Civil,  além de ativistas dos movimentos sociais e de partidos políticos. O vereador Cleber Rabelo (PSTU) esteve presente e declarou apoio à greve nacional da categoria. Para ele, a luta por melhores salários deve se somar à luta contra a política de entrega das nossas riquezas do governo federal.
“Infelizmente o governo Dilma e o  PT, que criticaram muito o governo do PSDB, de forma correta, contra as privatizações, segue a mesma receita neoliberal. E aqui no Pará, nós já temos experiência dessa política privatista. Quem não lembra da privatização da Celpa, que foi vendida a preço de banana? Nós, trabalhadores, continuamos pagando a conta daquelas empresas que se apropriam de um bem público e empurram o ônus nas nossas costas!” Para Rabelo, a entrega de Libra é um crime contra a soberania nacional e deve ser barrada.
Pela parte da tarde, o Comitê realizou uma panfletagem na Praça do Operário, em São Brás, para dialogar com a população sobre a necessidade de fortalecer a luta contra a privatização do pré-sal. Além de todos os segmentos presentes durante o piquete da manhã, estava também representado o movimento de mulheres. Gizelle Freitas, do Movimento Mulheres em Luta (MML) explicou que, recentemente foi realizado o I Encontro Nacional do MML e que lá foi votado que as mulheres construíssem campanhas contrárias a este leilão. “Muita gente pensa que a venda do petróleo não vai afetar nossas vidas. Mas isso é errado. Imagine que 30% dos chefes de família são mulheres e que muitas recebem menos do que os homens no mercado de trabalho por conta do machismo. Com o leilão, remédios, gás de cozinha e alimentos vão encarecer. Isso é muito para o pequeno bolso de muitas mulheres. É por isso que temos que ser contra e fortalecer a luta!”, explicou.
Logo depois, os manifestantes que lutam contra o Leilão do Petróleo se incorporaram ao ato dos trabalhadores em educação do estado. Em greve há quase um mês, os educadores ainda não obtiveram respostas concretas do governo do estado sob suas reivindicações. Pautas como Plano de Cargos Carreira e Remuneração unificado, eleições diretas na escolas e pagamento retroativo a 2011 do piso salarial nacional ainda estão sem respostas.
O ato unificado reuniu cerca de 5 mil manifestantes, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp).  Eram estudantes, professores e ativistas marchando contra a entrega das nossas riquezas, por mais investimentos em educação. De acordo com Abel Ribeiro, educador e militante do PSTU, além das pautas específicas e econômicas, os educadores não esquecem que, em nível nacional, lutamos pela aplicação de 10% do PIB para a educação pública. E para isso, a pauta da venda do petróleo deve ser encarada como central.
"A propaganda que o governo Dilma (PT) faz de que os lucros do petróleo vão ser utilizados em educação é uma mentira tremenda. Nós sabemos que o que vai ficar para nós são as migalhas dos royalties que equivalem a 0,6% do PIB. O dinheiro arrecadado vai, na verdade, para as mãos dos banqueiros internacionais com o pagamento de juros e amortizações das interna e externas. A maior parcela do bolo não fica com a população. Na verdade, nós vamos perder uma riqueza que poderia servir para diminuir as desigualdades sociais existentes em nosso país e aumentar significativamente a qualidade da educação pública”, afirmou.
No próximo domingo (20), véspera do Leilão, será realizada uma panfletagem na Praça da República, às 9h. Venha conosco, exigir de Dilma o cancelamento da venda do megacampo de Libra.
Leilão é privatização. O petróleo é nosso e não abrimos mão!

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