terça-feira, 15 de outubro de 2013

CMB se posiciona contra o leilão de Libra e envia votos de protestos ao governo Dilma

Na manhã de hoje (15/10), a Câmara Municipal de Belém (CMB) aprovou, por ampla maioria, o requerimento do vereador Cleber Rabelo (PSTU), solicitando o envio de votos de protesto à presidente Dilma Rousseff (PT), se posicionando contra o leilão dos poços de petróleo do megacampo de Libra.  Dos 19 vereadores presentes, 14 votaram a favor, quatro votaram contra e um se absteve. O requerimento será enviado à presidente para que o governo federal suspenda o leilão e, por conseguinte, a entrega do megacampo de Libra, na bacia de Santos, às empresas internacionais, marcado para o próximo dia 21/10.
Em números
O megacampo de Libra é a maior reserva de petróleo encontrada até hoje. Estima-se que, em 60 anos de existência, a Petrobrás produziu cerca de 15 bilhões de barris, enquanto Libra produzirá, sozinha, cerca de 12 bilhões de barris. Essa quantidade absurda de petróleo, quando convertida em dinheiro equivale a cerca de R$ 3 trilhões. O governo federal, representado por Dilma pretende leiloá-lo para as multinacionais por apenas R$45 bilhões. Apesar de ser um número alto, é uma quantia ínfima perto da riqueza que este campo representa.
“Nós somos contra o leilão do nosso petróleo porque entendemos que isso é privatização. Não é de hoje que nossas riquezas são entregues às multinacionais: foi assim com a Vale, a Celpa e tantas outras empresas que eram públicas e se tornaram privadas. E o que vimos de melhora? Nada!”, afirmou Cleber Rabelo.
Para agravar ainda mais a situação, o dinheiro do leilão de Libra, ao invés de ser investido em áreas sociais, como saúde, educação e transportes, será utilizado para o pagamento de juros e amortizações das dívidas interna e externa. “O que o governo propagandeia que vai ser investido em saúde e educação é apenas o que vai ser arrecadado com os royalties, que equivale a apenas 0,6% do PIB e, ainda assim, só a partir de 2020. Esse é um valor irrisório e que não atende as necessidades dos trabalhadores e da juventude”.
O vereador também criticou o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo Rabelo, nos debates eleitorais das eleições de 2010, a presidente Dilma (na época candidata) falava que se o candidato do PSDB, José Serra, ganhasse, iria privatizar a Petrobras, vender os poços de petróleo e que isso jamais aconteceria em seu governo. “Infelizmente o que o governo Dilma vem fazendo é implementar a mesma política neoliberal de privatização e entrega dos nossos recursos naturais”.
Ato nacional unificado
Contra esse ataque à soberania nacional, diversas entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais estão organizando um ato unificado no dia 17 de outubro nas principais capitais do país. Belém não está de fora. Aliás, mesmo que o Pará ainda não seja um estado produtor, a privatização do petróleo brasileiro influencia diretamente na vida dos moradores da região. Além disso, o vereador afirma que o Pará também é parte dessas privatizações. “Não podemos esquecer que, recentemente, uma área de mais de 700 km² próximo à costa de Salinas foi arrematada por R$10 milhões. E nós sabemos que o preço do combustível contribui para o aumento da cesta básica, que aqui está entre as seis mais caras do país, pois os alimentos vêm principalmente do sul e sudeste”.
Caso fosse utilizado de forma pública, os lucros desse recurso natural tão valioso poderiam servir para aumentar o investimento público e reduzir as desigualdades sociais que assolam a região.  “O transporte e a cesta básica em Belém poderiam ser muito mais baratos. Mas para isso mudar, precisamos lutar para que a soberania do país não seja ferida e que o petróleo seja, de fato, nosso!”, disse Cleber.

Calendário de ações:
17/10 – Ato em frente à Petrobras (Avenida Alcindo Cacela); às 7h.
17/10 – Ato unificado do Comitê Paraense em Desefa do Petróleo e Professores do Estado; às 16h, na Praça do Operário (São Brás).
20/10 – Panfletagem na Praça da República; às 9h.
21/10 – Ato em frente à ALEPA; às 9h. 

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